SSP, 2021: Entrevista exclusiva Niki Tuuli

Por a 2 Junho 2021 12:52

O piloto Finlandês de Imatra deu nas vistas logo na sua estreia com a Kallio Racing, mas depois nem tudo correu a seu favor, impondo uma mudança de rumo. Agora com 26 anos, o objetivo é lutar pelo título mundial de Supersport, para chegar às SBK em 2023

“A Yamaha podes tratar como uma miúda jovem, a MV Agusta tens de tratar como uma mulher madura!”


Vieste das SuperSport por via da Kallio Racing em 2015, e nessa altura eras um Finlandês entre Finlandeses, agora estás na MV Agusta és um Finlandês entre italianos, como é que te dás com eles?

“Sinto-me perfeitamente bem, porque comecei com a Kallio mas depois de 2017 mudei-me para uma equipa espanhola de Moto2 e aprendi a trabalhar com a gente espanhola, e agora são italianos, não faz diferença!”

“´Às vezes até é mais fácil trabalhar quando não precisas de falar muito, até torna as coisas mais fáceis… mas de momento, acho que me sinto muito bem com a equipa!”

“O meu objetivo era claramente o mundial de Moto2 mas de momento é muito difícil entrar lá porque há poucos lugares livres e muitos pilotos e pedem-te muito dinheiro!”

“Quanto, não sei se é não sei se é uma pergunta que eu possa responder categoricamente, mas estamos a falar de qualquer coisa entre meio milhão e 1 milhão de euros, por isso para mim é muito dinheiro!”

“A minha motivação já não estava a 100 ou 110% para as motos elétricas…”

“É uma situação difícil para muitos como eu, que não têm muito dinheiro pra trazer para a equipa, e eu estive a considerar se ficava ao mesmo tempo no CEV em Moto2 e na MotoE, mas para ser franco, a minha motivação já não estava a 100 ou 110% para as motos elétricas e não consegui entrar nas Moto2, por isso é que estou tão contente de ter tido esta oportunidade de regressar às SuperSport!”

“Acho que foi a decisão certa, porque estou a pensar no meu futuro, quantos anos de carreira me restam, e acho que tenho a certeza que terei mais tempo aqui nas SuperSport!”
“Aqui, claro que o objetivo final é as Superbike, mas tens que mostrar muito boa velocidade e os resultados em SuperSport primeiro!”

“Por isso o nosso objetivo é fazer uma boa época mesmo este ano, e mostrar sem sombra de dúvidas que temos o andamento, fazer um ano muito consistente com pódios…”

“Alguns pódios, não quero dizer todas as corridas, e para o próximo ano estar em posição de lutar pelo campeonato…”

“Se acontecer este ano aceitamos, mas o plano é fazer isso para o ano que vem, e depois, com sorte, dar o salto para a Superbike!”
“É difícil quantificar a competitividade da MV Agusta, porque como podes ver, nas SSP há para aí umas 25 Yamaha, 4 Kawasaki e só uma MV Agusta… acho que isso diz tudo!”

“Acho que a moto tem mesmo boa potência, só temos que aprender como utilizar a potência a partir de baixo, e quando nos habituamos a isso, conseguimos lutar com as Yamaha e Kawasaki, isso não é um problema!”

A Yamaha, podes tratá-la como uma mulher jovem, mas a MV tens que tratar com muito cuidado, como uma mulher madura!”

“Sabes o que eu quero dizer, tem que se tentar pilotar com a maior suavidade possível…”

A MV está a funcionar mesmo bem, e até acho que se adequa ao meu estilo…”

“Em Aragón, tivemos mesmo boa velocidade, eu só preciso de aprender a relaxar e os resultados virão!”

“Como piloto, os meus pontos fortes são as curvas rápidas, que são melhores para mim, mas na MV, quando consegues encontrar uma boa afinação sinto-me muito forte também na travagem, de certeza que quando encontramos a afinação correta na eletrónica, posso ser muito forte na travagem!”

“Com a MV tens que levantar a moto e utilizar a potência que tens, porque tens mais binário!”


“Pontos a melhorar, tenho que aprender a fazer trajetórias mais apertadas e utilizar a potência à saída de curva, porque na Yamaha consegues levar mais velocidade em curva, porque podes usar mais rotações, mas com a MV tens que levantar a moto e utilizar a potência que tens, porque tens mais binário de baixo!”

“É isso a que eu preciso de me habituar e que ainda estou a aprender de cada vez que ando nela…”
“Infelizmente, nas Moto2, que era o meu plano original, nunca cheguei a andar com o motor Triumph…  Seria um novo começo, mas havia tantos pilotos que já lá estão há 5 ou 6 anos, que eu simplesmente não consegui entrar!”

“Agora, esta minha primeira tentativa num motor de 3 cilindros, estou mesmo a gostar também… vamos ver o que acontece no futuro!”

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