SBK: Alex Lowes em entrevista

Por a 8 Maio 2019 15:02

Alex Lowes falou sobre a sua vida e evolução como piloto e sobre aprender a relaxar e apreciar mais a vida.

Alex Lowes (Yamaha Pata) é sem dúvida um dos pilotos mais característicos da grelha de SBK; o piloto de Lincolnshire, no Reino Unido, está no paddock há meia década e, com apenas 29 anos, tem um futuro brilhante pela frente. Aqui ficam algumas reflexões:

Nos últimos anos, aprendi mais a aproveitar minha vida em casa. Antes disso, quando se é mais jovem, é tudo sobre as corridas e é difícil separar as coisas. Tento ser o mais normal possível longe da pista, obviamente, a pista nunca está muito longe da mente, seja a treinar ou andar de bicicleta TT. Tento fazer coisas normais, ser um bom marido e amigo. Há quase dois anos, casei-me com a minha namorada Corrine. Como todos sabem, tenho um irmão gémeo de quem estou muito próximo, bem como um bom grupo de amigos – alguns do lado desportivo, outros das motos e outros que são apenas amigos normais.

Num dia normal para mim, assim que me levanto, estou a treinar. Durante o resto do dia, gosto de jogar um pouco de golfe sempre que posso Gosto de um bom jogo de golfe, é o meu hobby! Como alguns amigos jogam também, estou a começar a gostar disso. Começou como algo para tentar aproveitar e manter a minha mente focada em algo por um longo período de tempo, mas depois viciei-me, e agora só quero melhorar!

Comecei a correr quando tinha seis anos de idade no motocross, numa Kawasaki KX60. A minha primeira moto foi uma moto de Trial Yamaha T80 quando eu tinha quatro anos de idade. Eu costumava andar às voltas no jardim, parece que foi há muito tempo agora. O meu pai corria e quando eu era pequeno, e obviamente eu costumava ir vê-lo nas corridas.

Eu costumava andar de moto às voltas no campo com os meus avós e a luta entre mim e o meu irmão era sempre sobre quem ia conseguir montar uma BMX primeiro sem rodinhas, sempre houve essa rivalidade competitiva. Então comecei a fazer um pouco de motocross e fiquei com o bichinho das corridas!

Foi provavelmente a partir dos 13 ou 14 anos que percebi que era algo que queria fazer profissionalmente e tentar ser campeão do mundo. Obviamente, é algo que eu sempre quis fazer, ainda estou a tentar e quero ser um campeão mundial. Espero ter alguns anos em mim para tentar conseguir isso!

Foi muito trabalho duro para os meus pais; ter dois filhos a correr é um trabalho árduo, mas ter gêmeos nas corridas é ainda mais difícil, por isso eu devo-lhes muito, foram fantásticos para nós enquanto crescíamos. Mal posso imaginar o stress que lhes dávamos em miúdos! Do lado pessoal, foi ótimo ter o meu irmão lá, a fazer a mesma coisa; funcionou como alguém para me motivar ainda mais.

Quando saí da escola, fui eletricista na empresa da família – não gostei de um único dia, pois só pensava nas motos e nas corridas! Foi bom, no entanto, porque me permitiu apreciar o que tenho agora. Tive a sorte de fazer o que gosto de fazer e vou continuar a esforçar-me para melhorar e ser o melhor que posso ser.

Nós até perdemos corridas para fazer exames e, na época, odiei os meus pais por isso, porque só queremos correr – e os outro estão a correr enquanto estamos na escola a fazer exames. Agora estou um pouco mais velho, não estou muito preocupado com isso; Temos um bom nível de educação e distingo o certo do errado.

O Mick Doohan era o meu herói nas corridas quando era criança, nós víamos vídeos todas as noites do Mick Doohan a destruir a oposição. Depois, à medida que envelhecemos, ficámos fans do Valentino Rossi e ele estava sempre a vencer!

O Rossi foi um vencedor implacável, mas também gosto dele pelo que fez pelo desporto. Tenho muito respeito por ele, tem 40 anos e continua forte. Nos últimos 20 anos, elevou as corridas de moto para outro nível e conquistou um público maior e eu estou muito grato por isso!

Quem é melhor numa moto entre mim e o Sam? Nas Supermoto, normalmente sou um pouco mais rápido. Nas motos de motocross, normalmente sou um pouco mais rápido também. Com as motos de pista, diria que somos mais equilibrados, mas que acabo por ser um bocadinho mais rápido também…

Muitas pessoas confundem-nos, mas somos personagens totalmente diferentes em geral. A visão dele da vida é ótima e, às vezes, eu queria que a minha fosse tão positiva como a dele! Quando ele tem fins de semana maus, ele simplesmente coloca para trás das costas e tenta andar ainda mais na próxima corrida, enquanto eu tenho tendência a analisar mais as coisas.


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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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