Opinião: O magistério da presidência aberta
Proveniente de um país satélite e minúsculo no xadrez mundial da disciplina a verdade é que Portugal não tem só por estes dias um piloto em MotoGP, no caso Miguel Oliveira, mas tem igualmente o ‘presidente da República do motociclismo’, Jorge Viegas. Vivemos dias gloriosos no panorama internacional num universo com tantos aficionados no nosso país.
Eleito a 1 de dezembro de 2018 para o cargo máximo da Federação Internacional de Motociclismo, Viegas tornou-se no primeiro português a alcançar tão prestigiado desiderato. Depois da eleição, onde sucedeu ao venezuelano Vito Ippolito, Jorge Viegas tem pautado esta primeira fase do seu mandato para uma presidência aberta, termo tão bem conhecido da política em Portugal.
O dirigente português tem estado presente em diversos eventos desportivos de motociclismo espalhados por todo o mundo, pois este não é só a Europa. Falamos de eventos de velocidade, motocross, todo-o-terreno (primeiro presidente FIM a estar presente na partida do Dakar), e até mesmo no gelo, como é o caso do Ice Speedway Gladiators. A última aparição foi na famosa corrida de resistência, 24 Horas de Le Mans, evento que pertence a uma disciplina que nos tempos não muito antigos sempre foi olhada com algum desdém. Mas essa visão, felizmente, acabou.
Viegas mostra à comunidade do motociclismo que todas as árvores são importantes e devem ser bem cuidadas para fazer uma floresta bonita, cada vez maior e onde como em qualquer atividade os jovens são o futuro. Uma visão mais do que certa em olhar para a coisa, que nas palavras do português é o melhor desporto do mundo.
É com uma presidência arejada, moderna, globalizada, disposta a fazer pontes (quer o Dakar no Mundial FIM) e pronta a dar um novo cunho ao motociclismo que Jorge Viegas iniciou esta missão. O facto de ter sido um antigo piloto ajuda igualmente a ter uma sensibilidade e carinho singulares por toda esta comunidade. Fala a linguagem dos pilotos, os principais intervenientes do espectáculo, aqueles que fazem gerar emoções todos os fins de semana. No fundo os heróis de ontem, hoje e amanhã.
Tudo feito sempre um sorriso na face, símbolo de uma enorme simplicidade e igualmente de uma grande paixão por um universo que desde há muito sempre foi a sua vida. “Gosto do que faço, porque faço o que gosto”, disse o próprio há uns dias na sua conta oficial na rede social Twitter.
Perante todo este quadro temos a ousadia de dizer que depois da passagem de Jorge Viegas pela FIM, esta nunca mais será a mesma. Mas isso é um balanço que apenas será feito mais lá para a frente. Agora é tempo de desfrutar de termos um luso num dos cargos mais relevantes do mundo desportivo.
Da nossa parte só nos resta dizer, força Jorge!