O balanço de um ano dominado pela parceria Jonathan Rea/Kawasaki

Por a 15 Novembro 2015 09:38

Em 2015 o Mundial de Superbikes ficou marcado pelo domínio de Jonathan Rea e da Kawasaki. O piloto britânico conquistou o seu primeiro título mundial, curiosamente, em conjunto com uma marca que, também ela, ganhou pela primeira vez o Mundial de Construtores.

Jonathan Rea, de 28 anos e que já passou, sem sucesso, pelo MotoGP, em 2012, então com a Honda, conquistou o seu primeiro título com uns impressionantes 548 pontos, 14 vitórias e 23 pódio. Rea apenas não pontuou numa corrida, a última do campeonato, devido a problemas mecânicos. Tom Sykes, o campeão de 2013 e que até ao momento tinha sido o ponta-de-lança da Kawasaki, terminou o campeonato apenas em terceiro, ficando assim mais curto o habitual domínio japonês, com o lugar de “vice” a ser obtido pela Ducati de Chaz Davies.

Este foi um feito interessante, pois a Ducati – que conquistou pela primeira vez uma vitória desde que introduziu as 1199 Panigale R – conseguiu colocar Davies na segunda posição do campeonato com 5 triunfos, no que foi um excelente resultado por parte do piloto britânci. No lado oposto, tem que se colocar o italiano David Giugliano, que apenas participou em cerca de metade das provas, faltando às primeiras e últimas quatro rondas, por lesão, com especial relevância para a violenta queda que sofreu em Laguna Seca.

Leon Haslam, que se estreou este ano aos comandos de uma Aprilia RSV4 RF oficial, acabou por também desiludir um pouco, finalizando o campeonato na quarta posição, “apenas” 85 pontos à frente do seu colega de equipa Jordi Torres, que se estreou este ano nas Superbikes, depois de ter ficado sem lugar no campeonato que disputava, a categoria Moto2, um dos degraus do Mundial de Motociclismo.

Guintoli em baixa

Muito abaixo das expectativas ficou igualmente o campeão do Mundo em título, Sylvain Guintoli que, depois de ter conquistado o cetro em 2014, assinou pela Honda como piloto principal. Porém, o francês conquistou apenas um pódio na sua ronda caseira, em Magny-Cours, o que manifestamente foi muito pouco, bem como o desapontante sexto lugar em que acabou a temporada.

Também com uma Honda, mas contudo a fazer um campeonato bastante impressionante, esteve em evidência o igualmente estreante Michael VanDen Mark, um holandês de 23 anos que chegou às WSBK depois de ter ganho o Mundial de Supersport em 2014. Com uma Honda da Pata, subiu por três vezes ao pódio e terminou o ano em sétimo, mas tendo rodado muitas vezes nos lugares da frente.

Dois pilotos que também estiveram em bom plano foram o argentino Leandro Mercado (BARNI Racing Team) e o italiano Matteo Baiocco (Althea Racing), que ocuparam os oitavo e nono lugares respetivamente. Ambos com uma Ducati 1199 Panigale R privada, realizaram um excelente campeonato, bastante regular e, no caso de Mercado, apenas por uma vez em 26 corridas falhou os lugares pontuáveis.

Alex Lowes, o irmão gémeo de Sam, que corre atualmente no Moto2, completou o top 10 desta edição do Mundial de Superbikes. Lowes apenas conseguiu terminar no pódio uma única vez, num ano em que, sem dúvida, a Suzuki GSX-R 1000 da Voltcom Crescent não correspondeu às suas expectativas. O seu companheiro de equipa o estreante, Randy de Puniet, teve também um época bastante difícil, terminando apenas no 18º lugar, com 52 pontos.

Este campeonato também ficou marcado pelo regresso de dois campeões do Mundo, Troy Bayliss (2001, 2006 e 2008) e Max Biaggi (2010 e 2012) . A Ducati escolheu o seu melhor campeão para substituir o lesionado Giugliano, no início da época, mas Bayliss, já com 46 anos, acabou mesmo por se mostrar abaixo das expectativas conseguindo como melhor resultado um nono lugar em Buriram. Pelo contrário, Biaggi, aos 44 anos, voltou em grande forma, apesar de este ter sido um regresso completamente diferente.

O antigo rival de Valentino Rossi no MotoGP conquistou logo dois sextos lugares em Misano. Depois destes dois tão inesperados quanto excelentes resultados, o piloto italiano decidiu participar em Sepang, uma pista onde não corria há mais de 10 anos e, logo na primeira manga, subiu ao pódio – foi 3º – mas terminou a segunda manga com uma queda na primeira curva!

Esta acabou por ser a sua última participação no Mundial, apesar de Max Biaggi ter planeado participar na última ronda da temporada, no Qatar. No entanto, o piloto italiano lesionou-se a andar de bicicleta nas vésperas da corrida, o que impossibilitou Biaggi de estar presente no evento.

1 – Phillip Island (22 de fevereiro)
Superpole – Jonathan Rea (Kawasaki)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Leon Haslam (Aprilia)

2 – Buriram (22 de março)
Superpole – Jonathan Rea (Kawasaki)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

3 – Aragón (12 de abril)
Superpole – Leon Haslam (Aprilia)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kwasaki)
2ª Manga – Chaz Davies (Ducati)

4 – Assen (19 de abril)
Superpole – Tom Sykes (Kawasaki)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

5 – Imola (10 de maio)
Superpole – Davide Giugliano (Ducati)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

6 – Donington Park (24 de maio)
Superpole – Tom Sykes (Kawasaki)
1ª Manga – Tom Sykes (Kawasaki)
2ª Manga – Tom Sykes (Kawasaki)

7 – Portimão (7 de junho)
Superpole – Davide Giugliani (Ducati)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

8 – Misano (21 de junho)
Superpole – Tom Sykes (Kawasaki)
1ª Manga – Tom Sykes (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

9 – Laguna Seca (19 de julho)
Superpole – Chaz Davies (Ducati)
1ª Manga – Chaz Davies (Ducati)
2ª Manga – Chaz Davies (Ducati)

10 – Sepang (2 de agosto)
Superpole – Tom Sykes (Kawasaki)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Chaz Davies (Ducati)

11 – Jerez (20 de setembro)
Superpole – Tom Sykes Kawasaki)
1ª Manga – Tom Sykes (Kawasaki)
2ª Manga – Chaz Davies (Ducati)

12 – Magny Cours (4 de outubro)
Superpole – Leon Haslam (Aprilia)
1ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)
2ª Manga – Jonathan Rea (Kawasaki)

13 – Losail (18 de outubro)
Superpole – Tom Sykes (Kawasaki)
1ª Manga – Jordi Torres (Aprilia)
2ª Manga – Leon Haslam (Aprilia)

Texto escrito por: Fábio Santos

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