Endurance, 12 Horas Estoril: Sheridan Morais em entrevista

Por a 23 Setembro 2020 16:30

O Luso-descendente Sheridan Morais já estava presente a semana passada no Estoril, quando correu no Nacional de Velocidade para treinar a sua participação nas 12 horas do Estoril do Mundial de Resistência.

O filho de um lisboeta falou-nos da vida em confinamento, de dividir o seu tempo entre Portugal e a África do Sul e da época que tem tido, começando por explicar como foi parar à equipa Polaca Yamaha Wojcik, que está na 7ª posição do campeonato, na luta pela melhor equipa independente:

“Eu já conhecia o preparador deles, o Riko Penzkofer e foi ele que me apresentou à equipa e daí veio um convite. Têm evoluído muito, agora são uma equipa técnica muito boa, com todo o equipamento que é preciso, e têm gente que sabe trabalhar nas motos.

Claro que preferia estar no Mundial nas SuperSport ou Superbike, até porque a resistência agora é muito difícil… Hoje em dia quase todos os pilotos têm que pagar pelo seu lugar, trazer verba, e eu não consigo patrocinadores porque na África do Sul não é possível fazer uma dedução fiscal, só para investimentos dos pretos, que é uma medida para equilibrar os anos de discriminação.

Gosto de andar na resistência, claro, mas mesmo que seja rápida, a moto é sempre um compromisso e, como eu sou mais pequeno, sobra sempre para mim.

Continuo a ter um passaporte português para simplificar as minhas viagens, aliás agora passo quase metade do ano em Portugal, mas ainda não aprendi português nenhum porque estou no Algarve, é terrível, toda a gente fala inglês!…e depois é uma língua muito difícil.

Às vezes oiço italianos a falar e julguei que, por serem línguas derivadas do latim, seriam parecidas, mas a pronúncia é tão diferente que acho que não tem nada a ver!

Ultimamente, até tenho estado mais na África do Sul, porque agora tenho uma filha com dois anos e também por causa das restrições às viagens.

Era bom que eles voltassem a pôr uma prova na África do Sul, antes as SBK diziam que o único continente que faltava era África, e na África, o único sítio onde poderiam ir era à África do Sul…

Fosse uma prova de SBK ou de MotoGP, era bom… agora não há lá nada, o Binder, antes de ganhar esta última corrida, tinha estado três meses parado em casa, sem andar de moto, porque não há nada para fazer ali, mas claro que há muito interesse no desporto desde que ele ganhou a corrida…

Quanto ao Estoril, já corri aqui várias vezes, a última a semana passada contra o Ivo, (Lopes) ele é um bom piloto, é muito rápido!”

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