TT, Opinião: O derradeiro desafio do Hero(i)
A recente ausência do Abu Dhabi Desert Challenge, prova a contar para o Mundial de Cross Country e Ralis, já tinha feito soar os alarmes, mas pensámos que Paulo Gonçalves ainda estaria em recuperação de mais uma participação no Dakar que não terminou da melhor forma em termos físicos e resultado final.
Afinal não. O homem de Esposende estava já a afinar os últimos pormenores para mudar de poiso. Deixa a Honda Racing Corporation, onde chegou a meio de 2013, para aterrar na Hero, esse construtor que tem sede no país da maravilha Taj Mahal. Aos 40 anos, feitos no passado mês de fevereiro, esta muito provavelmente será a última paragem de um dos grandes heróis do nosso todo-o-terreno nas provas internacionais.
Objetivo é simples. Contribuir com o seu extenso ‘know-how’ para fazer evoluir a moto indiana, junto de uma estrutura que bem conhece dos tempos da Speedbrain. É a chamada relação ‘win-win’, pois a Hero bem precisava de um nome destes para dar o salto seguinte num projecto que arrancou já vai para três anos.
A meta por parte dos comandados de Wolfgang Fischer é aproximar a Hero das rivais KTM, Husqvarna, Yamaha e Honda, construtores que marcam a pauta nas grandes competições internacionais do todo-o-terreno, ou se quiserem no Rali Dakar, competição onde é falada a verdade a cada início de um ano civil.
Esta é a derradeira missão de um herói nas duas rodas. Um piloto que ao longo da sua carreira marcou sempre a sua bitola pelo compromisso, garra, lealdade e perseverança seja qual for o contexto. Porque como dizia alguém só é vencido quem desiste de lutar.
Uma postura que permitiu fazer das tripas coração e escrever algumas das páginas mais bonitas do desporto nacional nas duas rodas. Basta uma consulta rápida ao ‘curriculum vitae’ do homem que é carinhosamente apelidado de ‘Speedy Gonçalves’ para perceber facilmente essa realidade.
Por este ou aquele motivo faltou sempre o fruto mais desejado, leia-se a vitória no Dakar. O que lá vai, lá vai…..