Dakar, Etapa 4, Rui Gonçalves, 36.º: “Ficar a pé com a meta à vista não é o resultado de que estava à espera”
A quarta etapa do Dakar 2023 teve um desfecho inglório para o piloto da Sherco com o motor da sua moto a deixar de colaborar nos quilómetros finais do troço cronometrado.
Começou numa nota extremamente positiva o dia de hoje, na etapa que ligou Ha’il a Ha’il, o segundo loop desta Dakar 2023, num total de 574 km, 425 km dos quais disputados ao cronómetro.
Desde muito cedo Gonçalves conseguiu “instalar-se” numa posição de destaque a oscilar entre o 13º e 11º posto da tabela classificativa.
Com o regresso da areia em força, o piloto da Sherco rapidamente se evidenciou neste terreno, bastante do seu agrado, efetuando um troço cronometrado praticamente sem erros de condução e com uma navegação exemplar.
Porém nos derradeiros quilómetros da etapa do dia de hoje, o motor da Sherco de Rui Gonçalves deixou de funcionar com o piloto de Vidago a ver-se obrigado a utilizar uma boa parte das suas reservas de energia para empurrar a moto até ao final.
O Dakar continua amanhã numa longa etapa de 646 km (374 kms ao cronómetro) naquele que é o segundo loop entre Ha’il e Ha’il.
“ O dia de hoje começou muito bem. Vim sempre com um bom ritmo a oscilar entre o 13º e o 11º posto, até que a 5 km do fim o motor da moto parou e nunca mais o consegui colocar em funcionamento. A etapa era longa e depois de 420 km a rolar num bom ritmo este desfecho foi verdadeiramente inglório para todos nós.
Os últimos quilómetros até chegar à zona da meta foram extremamente complicados porque estava parado numa parte do troço toda em areia. Tentei empurrar a moto até ao limite das minhas forças até que tive a ajuda de alguém que me conseguiu rebocar durante 3 km. Os últimos quilómetros antes da meta voltei a ter de empurrar a moto até chegar ao final. Para chegar ao bivouac tive de ser rebocado novamente durante 60 km até à carrinha de assistência.
Ainda não sabemos ao certo o que se passou com o motor, a equipa vai agora analisar tudo para saber qual foi o problema que nos afetou.
É muito difícil para mim aceitar este desfecho de etapa porque sabia que vinha a andar bem e depois de 420 km num bom ritmo, ficar a pé com a meta à vista não é o resultado de que estava à espera.
Como é natural não vou baixar os braços e irei continuar a lutar e à acreditar que a s coisas vão correr melhor daqui para a frente.
Mais uma vez gostaria de agradecer o apoio incondicional que todos me têm dado ao longo destes dias.”
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(Fotos: Rally Zone)