Dakar, Original by Motul: “Perdi-me e fui à boleia do Mason Klein”
O único motociclista belga no Dakar corre nos Original by Motul, a categoria onde os pilotos têm de fazer assistência por conta própria. Jérôme Martiny, a encarnação da calma, aposta na consistência, uma estratégia que poderá proporcionar à Bélgica um triunfo épico.
Jérôme Martiny aumentou a aposta para o seu terceiro Dakar quando se inscreveu na competição Original by Motul, apesar de saber que a mecânica poderia ser o seu calcanhar de Aquiles.
A TARTARUGA E A LEBRE
Algumas quedas sem nenhum drama real acrescentaram um pouco de tempero à sua primeira semana, mas o bombeiro belga lembra-se especialmente de uma longa excursão na etapa 4:
“Perdi um ponto de passagem e não tinha ideia de onde estava. Encontrei o Mason Klein, que parecia ter cometido o mesmo erro, então foi à boleia com ele para voltar ao caminho certo. Então ele saiu disparado como um foguete, torceu o acelerador muito mais do que eu!.”
Em seguida veio o Empty Quarter e a impressionante etapa crono de 48 horas. “Fiquei um pouco cauteloso porque as dunas não são o meu forte. Sinceramente, pensei que íamos ter uma prova difícil, mas aconteceu o contrário – diverti-me muito, foi até a minha melhor etapa do rali”.
Mas na realidade, andar quilómetros e quilómetros descansando apenas em noites curtas começou a cobrar o seu preço. “O David Castera avisou que a segunda semana seria difícil e e não estava a brincar. O meu corpo está a aproveitar as suas últimas reservas. Vou rodar o mais inteligente possível para evitar cair tão perto do final.”
A três etapas do fim, o antigo tricampeão belga de enduro estava de facto a manter-se firme ontem, ocupando o 27º lugar da geral e, mais importante, com o segundo lugar no ranking Original by Motul – exactamente o que tinha em mente quando começou a corrida.