Dakar, Final, Alexandre Azinhais: “Orgulho em ter terminado sem qualquer penalização
Alexandre Azinhais foi um dos sete portugueses a chegar à meta do Dakar 2022. Aos comandos de uma moto de Enduro adaptada, o algarvio concluiu a prova na 69.ª posição.
Que balanço fazes deste Dakar?
“A prova correu-me bem, senti-me confortável fisicamente e a moto nunca apresentou problemas no decorrer da prova. Na primeira etapa imprimi um pouco mais de ritmo mas foi-me pedido pelo chefe da equipa para reduzir o esforço de modo a garantir que a moto chegasse ao final da prova. Optámos este ano por ir com uma moto de enduro para reduzir custos e também porque os itinerários da edição anterior foram bastante sinuosos e técnicos. Mas foi exatamente o contrário este ano… as etapas foram bastante rápidas e com poucas partes técnicas, onde a diferença que se poderia fazer era na navegação e em algumas passagens de dunas. Chegámos a fazer 60 kms seguidos em pistas planas ondes as motos de Rally iam a fundo a 150 ou 160 kms/h e eu não passava dos 120 kms/h para não “matar” a moto. Um pouco frustante… Quem pensar fazer um Dakar pode vir com uma moto (nova) de enduro com kit rally mas tem que mostrar sempre o seu andamento.”
Conseguiste chegar ao fim da prova dentro da classificação, algo que não tinhas logrado em 2021 devido a problemas mecânicos…
“Sim, posso afirmar com algum orgulho de que terminei esta edição do Dakar sem algum tipo de penalização. A maior parte dos pilotos foram penalizados de alguma forma… Penso que na edição anterior as paisagens foram mais agradáveis e com mais variedade do terreno e pelo facto de ser mais técnico passavamos mais tempo na moto. Na edição anterior chegava quase sempre de noite, nesta cheguei sempre de dia. Não estou de alguma forma a desvalorizar a edição deste ano mas penso que as etapas eram demasiado ‘corridas’ e rápidas tornando-as, por consequência, perigosas. Na edição anterior tive um problema mecânico na quarta etapa obrigando-me a cumprir o resto do Dakar na classe Experience. Apesar de não ter tido direito á medalha no final dessa edição o sentimento geral foi mais forte porque como andei a ajudar outros pilotos vivi o Dakar que não se vê na televisão. O Dakar onde não interessa a posição e onde somos todos humanos e ajudamo-nos mutuamente. Este ano, pelo facto de andar quase sempre só, faltou-me isso, faltou-me algo… mesmo com uma medalha ao peito.”
Pensas regressar ao Dakar em 2023?
“Adorava voltar mas o Dakar é dispendioso e só poderei alinhar outra vez com apoios de patrocinadores. Gostaria de agradecer este ano ao Município de Albufeira e à Cultugarve pelo apoio dado, sem o mesmo não seria possível ter ido ao Dakar. Gostaria de elogiar o destaque e visibilidade que os meios sociais deram aos variados pilotos este ano independentemente da sua posição ou nível porque no final somos todos portugueses e tentamos fazer o nosso melhor. Obrigado a todos pelo apoio e carinho.”