Dakar – Fernando Sousa Jr.: “É possível ficar no top 30”
No início de 2016 Fernando Sousa Jr. deu nas vistas com o seu pai, Fernando Sousa, ao terminarem no sétimo e oitavo lugares, respetivamente, o África Eco Race, prova idealizada por Jean Louis-Schlesser e René Metge e que como o próprio nome indica realiza-se no continente africano percorrendo alguns dos caminhos do saudoso Dakar africano.
Volvido praticamente um ano chegou o momento para Fernando Sousa Jr. de fazer pela primeira vez o Dakar, cumprindo assim um “sonho” de menino” que em tempos “pareceu que nunca se iria tornar realidade”. Ao contrário do África Eco Race, o piloto português vai competir sem a companhia do seu progenitor. “A ideia de fazer o Dakar já estava nos planos desde 2015. Inicialmente tudo estava previsto para a participação dos dois, mas as coisas acabaram por não correr dessa forma. Devido à nossa vida profissional, o meu pai não tem tanta disponibilidade para treinar”.
Contudo o pai Fernando, que já fez o Dakar em 2010, não deixará de marcar presença ao longo de duas intensas semanas de competição. “Durante o Dakar terei como assistentes o meu pai e a minha mãe. Vamos levar uma estrutura própria, que inclui uma carrinha 4 x 4 obrigatória pela organização. Contratámos também uma equipa francesa para nos ajudar na parte mecânica de manutenção da moto (KTM 450 Rally)”, explicou Fernando Sousa Jr. ao MotoSport.
Apesar de nunca ter participado na grande maratona do todo-o-terreno mundial em termos de objetivos o piloto da IS3 Racing Team aponta para um “top 30”. “Tenho treinado com pilotos experientes como o Mário Patrão ou o Pedro Oliveira. O que eles conseguem ver na minha pilotagem bem como na navegação é que tenho condições para acabar o Dakar dentro dos 30 primeiros. Sinto-me bem fisicamente e a navegar. Agora é esperar que tudo corra bem e a moto aguente o esforço”, disse o piloto luso.
Piloto com raízes no enduro, Fernando Sousa Jr. afirmou que não sentiu dificuldades na adaptação à arte de navegar, aspecto fundamental para o sucesso nos rali raids. “O África Race foi uma boa escola de aprendizagem para o Dakar. Não tive muitas dificuldades da adaptação à necessidade de navegar, tendo mesmo sido mais fácil do que estava à espera”. Elemento precioso para esta boa adaptação foi Paulo Marques, piloto que durante a década de 90 e o início do novo milénio acumulou diversas presenças na maior prova de todo-o-terreno do mundo. “A ajuda do Paulo durante o África Race foi excelente. Tanto eu como o meu pai aprendemos muito com ele. Embora o meu pai já tenha feito o Dakar não tínhamos praticamente nenhuma experiência em roadbook e navegação”.
Com a estreia no Dakar marcada para dentro de um mês, Fernando Sousa Jr. falou por último sobre os planos que se seguem à participação na mítico evento. “Tanto eu como o meu pai ainda não conversámos sobre os objetivos que queremos atingir nos próximos dois anos. Neste momento sabemos que estamos a gostar bastante de competir nos rali raids. Talvez venhamos a participar em algumas rondas do Campeonato do Mundo de Cross Country e Ralis, fazer novamente o Rali de Merzouga, e se tudo correr bem realizar o Dakar 2018 em conjunto”.