Dakar, Etapa 3: Joan Barreda considera o sistema de bónus motivacional

O sistema de bónus introduzido pelo organizador do Dakar ASO para os pilotos que abrem uma etapa foi criticado por alguns concorrentes, mas para o experiente Joan Barreda (Honda), a inovação proporciona um impulso motivacional.

O novo sistema de bonificações foi hoje usado pela primeira vez na terceira etapa do Rally Dakar 2023. Esta regra é aplicada aos primeiros 200 quilómetros de uma etapa especial. Com base nos tempos de passagem nos pontos de controle (waypoints) entre a partida e uma paragem para reabastecimento após aproximadamente 200 km, os três pilotos da frente recebem bónus de tempo. O primeiro consegue 1,5 segundos por quilômetro, o segundo 1 segundo e o terceiro 0,5 segundos.

Um proponente deste sistema foi a lenda do Dakar, Joan Barreda, que não é totalmente inocente da introdução.

“Falei com o David Castera sobre a ideia de bónus na apresentação do calendário do Rally Raid de 2022 há um ano”, disse o espanhol. “Falei a favor desse sistema porque a ASO já o estava a usar no Tour de France. Os participantes muitas vezes são muito penalizados pelos seus esforços, especialmente porque corremos em terreno aberto e arenoso na Arábia Saudita. Isso foi aumentado no ano passado devido às condições do solo húmido.” Explica Barreda.

“Acho que essa mudança foi uma boa ideia. Mesmo que não poupe tanto tempo, é o suficiente para evitar que os pilotos passem do décimo lugar. Para pilotos como eu, que abriram caminho por muitos quilómetros no ano passado, esta é uma verdadeira fonte de motivação. Por outro lado, não será muito interessante para quem ficou num quinto lugar aproximado ao longo da corrida”. Concluiu Joan Barreda, quinto classificado na classificação geral e na etapa de hoje, na frente dos pilotos de fábrica da Honda.

Amanhã disputa-se a quarta etapa do Rally Dakar, mais uma em forma de “loop”, desta feita, em torno de Ha’il com um total de 574 km, sendo que 425 serão disputados em contra-relógio. Os primeiros 100 km de dunas serão bastante exigentes. Ultrapassada essa fase, as pistas arenosas que conduzem a comitiva de regresso a Há’il anteveem uma navegação difícil.

Ricardo Ferreira

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