Dakar, Daniel Sanders, 7º: “A minha corrida foi como uma ‘montanha-russa’

Depois de Sam Sunderland (vencedor do ano passado) cair forte – após apenas 16 km na primeira etapa e abandonar – coube ao companheiro de equipa Daniel Sanders ser o lutador solitário da Red Bull GasGas. O australiano de 28 anos fez um excelente trabalho na sua terceira participação no Rally Dakar, principalmente na primeira semana: venceu a terceira etapa e liderou a classificação nos dias três e quatro da corrida.

Daniel Sanders, sem dúvida um dos valores emergentes da nova geração, terminou  em sétimo lugar da geral, a apenas 25 minutos do vencedor, depois de passar por uma intoxicação alimentar e sofrer as consequências de uma queda, na qual um espinho penetrou profundamente nos músculos do antebraço direito.

“Tive um inchaço de 20 mm no músculo do braço por 10 dias e uma intoxicação alimentar por 2 dias, o que foi muito mau porque não conseguia comer e não tinha energia“, esclareceu o australiano. “Estava apenas 20% preparado e todos ao meu redor sabiam o quão despreparado eu estava. Olhando para trás, realmente não sei como passei por aqueles 14 dias. Estou orgulhoso do que consegui nestas circunstâncias, mas sobrevivemos e terminámos o Dakar 2023.”

O começo também não foi fácil para Daniel Sanders que chegou à 45ª edição do rali mais duro mal preparado, porque falhou a época de 2022 após a queda no Dakar 2022, onde partiu o cotovelo e o pulso esquerdo.

“Foi um longo caminho para chegar aqui. Depois da minha queda no ano passado, tive que fazer seis cirurgias, o que limitou muito a minha preparação. Tive apenas cinco dias com a moto nova, três dias de treino com o road book e dois dias de testes em dezembro era tudo o que tinha”, disse o piloto da GasGas.

“A minha corrrida foi como uma montanha-russa. Entrei neste Dakar sem saber o que esperar. Nem sequer tinha a certeza se estaria na linha de partida depois de lutar tanto para correr, apesar da dor no cotovelo, que estava apenas 70% curada. Então foi ótimo voltar e ser competitivo, foi uma experiência incrível.” Concluiu.

Ricardo Ferreira

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