Dakar 2023: 7 dias e 7 magníficos!

Skyler Howes tem apenas 13 segundos de vantagem sobre Kevin Benavides e Mason Klein. Toby Price completa o póquer de Husqvarna e KTM na frente da corrida, vêm depois as Hondas de Quintanilla e Van Beveren. Mesmo Daniel Sanders ainda pode almejar ao sucesso, Joan Barreda deve levar um ponto de interrogação.

A jornada de descanso divide as duas semanas do Dakar, com a segunda, que arranca amanhã, como sempre decisiva na definição dos jogos para a vitória final. Se é verdade que faltam “apenas” seis etapas para o pódio final, sendo que a última pouco afeta a classificação, a partir da nona etapa os concorrentes vão triturar etapas de mais de 600 quilómetros, com a entrada no temido Empty Quarter, um deserto capaz de bagunçar ainda mais a classificação que as primeiras sete etapas. As diferenças entre os líderes são muito estreitas e há pelo menos sete pilotos – talvez oito – na disputa pela vitória final.

Após a penalização de dois minutos imposta a Mason Klein, Skyler Howes voltou a liderar a classificação, mas a vantagem do piloto da Husqvarna sobre o compatriota é de apenas 13 segundos, mesma margem para Kevin Benavides . O vencedor da edição de 2021 tem mantido uma postura cautelosa até ao momento: apesar de oito vencedores diferentes nas sete etapas – mais o prólogo – disputadas, o seu nome ainda não apareceu no topo ao final de uma jornada. Por outro lado, o argentino sempre venceu pelo menos uma etapa em todos os percursos do Dakar (exceto em 2019), mas nunca mais de uma, senão há dois anos, quando conseguiu a vitória final.

Tanto o líder geral quanto os seus dois seguidores mais próximos estão equipados com a moto de maior sucesso da história do rali: a KTM. Nesse aspecto, o jovem Klein não deve ser subestimado: embora corra por uma equipa cliente, está bem equipado e mostra a consistência de um veterano.

Atrás dos três primeiros, as lacunas aumentam, mas não drasticamente. Toby Price é o quarto a apenas 1’58” de Howes e o australiano está a fazer uma corrida comedida . Ganhou o prólogo e como Benavides não quis exagerar; as suas chances de vitória final neste momento são excelentes e se não tivesse estragado na oitava etapa estaria ainda mais à frente.

A primeira Honda na classificação é apenas a quinta moto: o chileno Pablo Quintanilla terminou em segundo no ano passado e em 2020, mas especialmente na última edição esteve muito perto de fazer o grande sucesso. Chegou a esta edição a recuperar de uma lesão grave, mas agora está a cem por cento e terá de estar atento: 2’45” atrás não é nada nesta altura do rali.

Atrás de Quintanilla está a Honda do seu novo companheiro de equipa: Adrien van Beveren já conquistou uma etapa e está a apenas 4″ do chileno, a sensação do francês com a moto é excelente e a fome de sucesso de ADV não deve ser subestimada.

Há outros dois pilotos que não devem ser esquecidos: Daniel Sanders (+7’03”) vem de um 2022 conturbado, mas apareceu no Dakar com a mentalidade certa. O piloto da GasGas não está fisicamente 100% – problemas estomacais – mas não desiste . Por último não podemos esquecer Joan Barreda: Bang Bang está em 7’21”, sujou a corrida com alguns erros de navegação a mais, mas neste momento está em perfeitas condições para regressar pelo menos ao top5.

CLASSIFICAÇÃO GERAL (APÓS 8ª ETAPA)

Ricardo Ferreira

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