SUZUKI ATACA FORTE NO SEGMENTO DAS 125 NAKED E DESPORTIVAS – Ensaios GSX-R125 e GSX-S125

Por a 7 Fevereiro 2018 17:30

Foi com entusiasmo e  curiosidade que recebemos o convite da Moteo Portugal SA, representante da marca Suzuki em Portugal, para ir testar as suas novas “bombas” de 125cc ao Kartódromo Internacional de Palmela.

Numa manhã gelada, aceitámos com prazer o desafio  levarmos as duas novas versões  de 125cc, propostas pela Suzuki na sua gama 2018,  a mostrarem os seus atributos num ambiente especialmente aliciante para as mesmas. A pista do KIP estava reservada só para as motos, neste caso para as Suzukis em teste e fomos desde logo aconselhados a rodar de início com cautela dadas as temperaturas baixas do alcatrão e dos próprios pneus.

Não pertencendo eu propriamente ao segmento jovem a que se destinam estas duas novas Suzukis, tinha de facto curiosidade em perceber o seu comportamento, neste caso em pista, e saber até que ponto estariam preparadas para lidar com um piloto com mais 30 Kg do que o target ao qual normalmente estão destinadas.

Após uma breve apresentação dos dois modelos, onde os responsáveis da Moteo destacaram a estratégia que a Suzuki desenvolveu para atacar o competitivo segmento de mercado das 125 e que prima essencialmente por uma liderança no segmento na relação peso/potência e por um preço de combate, que é já apanágio da marca, dirigimo-nos ao parque das motos para iniciar a prova dinâmica.

As motos são à primeira vista bem distintas, a versão S uma naked de linhas agressivas, design equilibrado e dentro do estilo que estamos habituados a ver nas street fighters japonesas. A versão R desportiva e nas cores de competição das suas irmãs mais velhas GSX-R 1000 e mesmo das versões de MotoGP deixando certamente os mais jovens a sonhar com outros vôos. Ambas são as mais baixas do segmento e aquelas que têm uma distância entre eixos mais curta também.

No primeiro contacto pudemos observar uma excelente qualidade de construção e de acabamentos, normalmente encontrados em motos de maior cilindrada. A versão R tem inclusivamente sistema “keyless” sendo que ambas incluem o sistema da Suzuki “Easy Start” que permite o arranque de forma automática apenas premindo uma vez o botão respectivo no punho do lado direito. Pequenos pormenores que demonstram o cuidado no detalhe e a importância que a Suzuki dá a este segmento de mercado.

As duas versões partilham quase todos os seus elementos, desde o motor, ao quadro, suspensões e travões, jantes e pneus até mesmo o banco e farolim traseiro, sendo que apenas diferem na sua “roupagem” exterior . A versão GSX-S125 naked, mais simples, com uma pequena cúpula que cobre o painel de informação e uma pequena quilha que envolve a parte inferior do motor e quadro e que lhe confere um design e um aspecto mais desportivo e agressivo. Já a versão mais desportiva GSX-R125 integra uma belíssima carenagem integral, de linhas modernas e acutilantes, perfeitamente em sintonia  com o seu carácter desportivo e inspiradas nas linhas das Superbikes da marca. A decoração é belíssima, nas cores desportivas da Suzuki e têm como objectivo seduzir, pela analogia com as versões topo de gama, um público mais jovem que se pretende cativar e fidelizar à marca desde a idade em que começam a poder rodar em motos de 125cc.

E é precisamente no coração de 125cc destas Suzukis que reside parte do segredo do seu sucesso. A Suzuki conseguiu desenvolver um motor muito enérgico, rotativo e de resposta rápida, com duas árvores de cames à cabeça e quatro válvulas e com um binário acima da média nos regimes baixos e médios, que expressa o seu máximo, 11,5 Nm, às 8.000 rpm. Os 15 CV de potência máxima obtêm-se às 10.000 rpm sendo que atinge o red-line às 11.500.

Ora, depois de aguardarmos que o sol iluminasse por completo o circuito e pudesse contribuir para o aumento da sua temperatura e consequente aderência, demos início à prova dinâmica. De acordo com a distribuição de motos realizada pelo importador tocou-me primeiro a Naked GSX-S125 e ainda bem pois a sua posição mais alta e menos exigente iria permitir-me rodar as primeiras voltas de forma mais segura e fazer o reconhecimento da pista onde nem de Kart alguma vez tinha rodado. Decidi sair na cauda do “pelotão” por ser o mais “pesado” e não empatar as versões R, que certamente e pelas mãos dos meus colegas jornalistas mais leves e jovens, iriam querer imprimir um ritmo mais alto nas mesmas.

As primeiras voltas foram realizadas com cuidado mas de pronto apercebi-me das qualidades e comportamento em curva desta Suzuki. De uma agilidade surpreendente no encadeamento das belíssimas curvas do KIP, cujo piso estava em excelentes condições, a Suzuki GSX-S125 mostrava todas as suas qualidades dinâmicas, sendo que, apesar do meu peso, as suspensões proporcionavam uma pilotagem segura e precisa, com entradas em curva sem qualquer comportamento estranho proporcionando trajectórias perfeitas.

As suspensões apesar de não terem a possibilidade de ajustamento trazem de fábrica uma excelente afinação comportando-se de forma exemplar em situações extremas de condução, sobretudo nas travagens mais agressivas à entrada de cada curva.

À medida que a confiança na relação moto piloto foi crescendo o ritmo foi também aumentando e a certa altura dei por mim a chegar-me às versões R dos meus companheiros, talvez, pensei eu, pelo facto de a posição mais alta, tipo supermotard, ser mais indica para este tipo de circuito.

Cheguei ao final da primeira sessão com uma enorme expressão de satisfação pela experiência fantástica que a pequena Suzuki me tinha proporcionado, num circuito que desconhecia mas onde acabei por sentir muito à vontade. Mudança de motos e passagem para versão GSX-R125. A posição mais agressiva de pilotagem, derivado  aos avanços, faz carregar mais peso sobre a roda da frente pelo que se decidiu baixar ligeiramente a pressão no pneu  dianteiro para se obter um pouco mais de grip ou aderência.

Saída para pista novamente na cauda do pelotão e com a mesma cautela mas já com o circuito e o encadeamento de curvas em memória. Uma realidade com a qual me tinha surpreendido na primeira sessão, tinha sido na disponibilidade de binário a meio regime deste pequeno motor de 125cc, quase a permitir que rodássemos em todo o circuito em 3ª velocidade. A elasticidade demonstrada por este motor da Suzuki era tal que apenas nas curvas mais apertadas éramos obrigados, se quiséssemos sair rápido no final das mesmas, a colocar a 2ª velocidade. Também a subida rápida de rotação permitia encadear de forma suave as várias curvas do circuito, apenas com o acelerador, sem nos preocuparmos demasiado com o passar de caixa. Já na pequena recta do circuito e mesmo em terceira, o facto de termos o red-line às 11.500 permitia-nos também “esticar” o motor sem nos vermos obrigados a meter uma mudança acima.

Já familiarizado com o circuito e montado na versão R da Suzuki 125 decidi imprimir uma condução realmente agressiva e ver até onde a pequena e leve Suzuki dava sinal dos seus limites. Foi preciso abusar mesmo bastante para começar a sentir as primeiras escorregadelas, sobretudo na roda da frente, embora nada demais e absolutamente controladas. Apenas numa travagem senti a intromissão do ABS da Bosch, realidade que imagino que em condições de menor aderência, não se esqueçam que estamos num circuito onde o alcatrão tem uma aderência extrema, poderá ser mais intruzivo para segurança do piloto, algo que há que salvaguardar não só por obrigação de acordo com a norma Euro 4 como também por serem motos que se destinam a um target mais jovem e inexperiente.

Da parte da tarde a experiência estendeu-se aos fantásticos percursos de estrada da Serra da Arrábida com passagem pela cidade de Setúbal, onde pudemos de forma mais descontraída comprovar todas as qualidades testadas em circuito. Entre a versão S e a versão R praticamente não existe diferença e tão somente a posição de condução e a estética terão influência na decisão e na opção de uma ou de outra. A versão S Naked tem uma conotação mais abrangente na sua utilização para quem queira utilizar a mesma no seu dia a dia e a versão R para quem prefira uma condução mais agressiva e eventualmente começar a dar os primeiros passos para uma futura passagem por um circuito num qualquer Trackday, sendo que o Kartódromo de Palmela neste caso tem a dimensão certa para tirar partido de todo o potencial destas 125 da Suzuki.

A Suzuki coloca-se assim numa posição de referência sobretudo no segmento das desportivas 125, com uma relação muito interessante e quase imbatível de peso/potência/ preço e look. Pela minha parte garanto-vos que há muito não me divertia tanto num circuito.

A Versão da Suzuki GSX-S125 está disponível nas cores vermelha e preta e o seu PVP é de 3.999.- eur ( iva e ISV inc. )

 

A Versão da Suzuki GSX-R125 está disponível apenas na cor azul racing e o seu PVP é de 4.499.- eur ( IVA e ISV inc. )

  

Ficha Técnica

 

Motor
Tipo 4 tempos, refrigeração liquida, DOHC
Número de cilindros Monocilíndrico
Diâmetro 62,0 mm
Curso 41,2 mm
Cilindrada 124 cc
Caixa de velocidades
Transmissão 6 velocidades
Chassis
Suspensão dianteira Forquilha telescópica hidráulica
Suspensão traseira Braço oscilante com amortecedor hidráulico
Travão dianteiro Disco
Travão traseiro Disco
Pneu dianteiro 90/80-17M/C, tubeless
Pneu traseiro 130/70-17M/C, tubeless
Dimensões, peso e capacidade
Comprimento 2020 mm
Largura R 700 mm / S 745mm
Altura R 1075 mm/ S 1040mm
Distância entre eixos 1300 mm
Distância ao solo R 160 mm/ S 155mm
Altura do assento 785 mm
Peso total R 134 kg / S 133Kg
Depósito de combustível 11,0 L

 

Concorrência Versão GSX-S125

Aprilia Tuono 125   124cc / 15,2 CV / n.d. Kg / 4.760 eur

KTM Duke 125   125cc / 15,2 CV / 127 Kg / 4.648 eur

Yamaha MT-125   125cc / 15 CV / 138 Kg / 4.995 eur

 

Concorrência Versão GSX-R125

Aprilia RS 125   124cc / 15,2 CV / n. D. Kg / 5.283 eur

Honda CB 125 NA 124,2cc / n.d. CV / n.d. Kg / 4.390 eur

KTM RC 125   125cc / 15,2 CV / 135 Kg / 4.851 eur

Yamaha YZF-R125   125cc / 15 CV / 138 Kg / 5.325 eur

 

Galeria de Imagens

 

 

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Pedro Rocha
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