Ensaio KTM 1290 Super Adventure S 2017 – HighTech Sport – MaxiTrail

Por a 13 Julho 2017 19:41

A KTM tem vindo a conquistar quota de mercado, ano após ano, de forma consistente e sustentada. De acordo com informação interna, este é o sexto ano consecutivo que se batem recordes. Recordes que são agora conseguidos em ambas as marcas detidas pelo Grupo, a KTM e a Husqvarna, posicionando a empresa como o fabricante Europeu de maior volume de motos produzidas no último ano, com cerca de 200.000 unidades a saírem das fábricas da marca austríaca em 2016.

E não vai ficar por aqui pois 2017 prevê-se novo crescimento e esta realidade com a KTM a afirmar-se nas maiores competições internacionais, seja no MotoGP, com presença nas várias classes que disputam o Campeonato do Mundo, seja no todo terreno com a sua 16ª vitória consecutiva na prova do Dakar.

A KTM tem vindo a investir seriamente no seu departamento de investigação e desenvolvimento e numa  nova série de motos, nas quais  a Super Adventure 1290 é muito importante para a KTM, com cerca de 75.000 unidades vendidas desde o seu lançamento em 2003. Em 2017 vemos a gama alargada a 3 modelos a 1290 S, a R e T. A que experimentámos e que pudemos ensaiar durante 3 dias foi a versão S,  a mais estradista e preparada para rodar em asfalto.

A 1290 é uma moto deveras imponente, que não deixa ninguém indiferente, quer pela sua estética quer pelo impacto das suas linhas onde mais se destaca o seu farol futurista, de estética algo disruptiva  que marca a personalidade desta 1290 Super Adventure, como uma verdadeira máquina “ de outro mundo”.

E é um pouco isso que a KTM 1290 Super Adventure é, uma excepcional moto de temperamento  desportivo, a fazer inveja a muitas Sport, quer pela potência do seu motor bicilíndrico de 160cv , quer pela ciclística de sonho que monta, quer pela sofisticação da sua electrónica e, “last but not least”, pela facilidade com que se conseguem manter regimes a alta velocidade com uma comodidade extrema nada comparável com qualquer outra moto essencialmente desportiva.

Com motos com este desempenho e versatibilidade custa-me perceber que ainda haja quem opte pela compra de motos exclusivamente desportivas. É que em modo Sport e com as suspensões semi-activas que monta de origem, o quick-shift em ambos sentidos, o controle de tração e a função de ABS em curva, a juntar a ponteira Akrapovic que montava, eu diria que estava a rodar numa verdadeira desportiva, tal a eficácia e o poder de aceleração que esta Super Adventure tem e os seu desempenho em curva. Tudo isto numa posição perfeitamente descontraída, com uma enorme proteção aerodinâmica e um conforto impossível de obter numa desportiva.

O novo painel de informação de tecnologia TFT de 6,5” que monta é de uma enorme facilidade de leitura e concentra toda a informação, facilmente acessível e selecionável a partir de  botões  no punho esquerdo. O painel tem diferentes modos de apresentação da informação e conforme a luz exterior ajusta-se para facilitar a leitura. Os botões de selecção iluminam-se de noite para facilitar também a sua utilização.

A moto não tem chave de ignição e monta um sistema Key-Less, que nos permite manter a chave no bolso sendo que moto arranque após se premir o botão de desbloqueio da ignição e do tranca direção. Para trancar a direção há que premir este mesmo botão por 5 segundo e a direcção tranca automaticamente. O tampão da gasolina também bloqueia e abre em sintonia com esta mesma função.

O novo farol tipo “bicéfalo” é o mesmo que monta a SuperDuke e é um elemento também de enorme sofisticação no qual os engenheiros da KTM se empenharam e orgulham do seu resultado final. Não pude comprovar mas parece ser que o farol aumenta automaticamente de intensidade à medida que aumenta a inclinação da moto. Para além disso a separação vertical entre as duas metades do farol dianteiro não é apenas estética e tem a função de deixar entrar ar e mesmo água da chuva para o arrefecimento dos semicondutores do sistema de LEDs.

O vidro dianteiro é ajustável manualmente, através do rodar de dois manípulos que se situam lateralmente por detrás do painel de informação. Do lado direito podemos também encontrar uma pequena caixa estanque onde se pode colocar o telemóvel e com ligação usb. Na frente debaixo de uma pequena tampa com mola encontra-se uma ficha tipo isqueiro para ligação a corrente de 12V.

A versão S é a versão mais estradista da Super Adventure por isso apenas se recomenda a saída em pisos fora de estrada não demasiado agressivos, embora o seu comportamento seja bastante aceitável como pudemos comprovar. No entanto os 160cv que o motor da Super Adventure nos fornece são absolutamente aproveitáveis na estrada e transformam esta Maxi-Trail numa verdadeira desportiva como já referimos antes.

Como rodámos quase sempre em estrada optámos por selecionar o modo Sport pois é aquele que mais personalidade dá à moto e que torna a sua condução mais divertida, com a roda da frente sempre a tentar subir, tal é torque que este motor tem a baixa rotação. Mas o torque está sempre presente na subida de regime da Super Adventure sendo brutal entre as 6.000 e 7.000 rpm, quase a parecer que vamos levantar vôo, pois a sensação é semelhante à que sentimos quando viajamos de avião e o mesmo arranca para a descolagem, ficando colados à parte posterior do banco especialmente desenhada para suster o eventual deslize do nosso corpo.

Os outros modos de motor, Rain, Street e Off-Road apenas os utilizámos,  passando pelos mesmos para perceber como funcionava a sua selecção e tentar em simultâneo aperceber-nos da alteração do comportamento da moto. O modo Rain, segundo pudemos confirmar não diminui a potência da moto mas faz com que a aceleração seja muito mais progressiva e que o controle de tração e ABS sejam muito mais intrusivos. Em Off –Road a potência é reduzida para os 100CV e foi  quase imperceptível já que o estradão que fizemos estava em muito boas condições. De qualquer forma pudemos fazer derrapar a roda traseira sem intervenção, quer do ABS e em aceleração com pouca intervenção do controle de tração. Embora esta versão S não esteja indicada para grandes aventuras off-road  com os pneus Pirelli mistos que monta , é possível circular fora de estrada com alguma tranquilidade.

 

 

Os travões Brembo são de uma enorme eficiência e estão à altura do temperamento desta KTM, de tacto bastante directo e com uma mordedura progressiva mas muito efectiva. O banco embora algo alto para quem tem perna curta é muito confortável e anatómico tal como para o pendura numa posição um pouco mais alta como é habitual.

Finalmente, foi com alguma resignação de devolvemos a Super Adventure ao importador, a Jetmar, pois a vontade era de partirmos sem destino com esta fantástica moto e levá-la a conhecer mundo coma garantia de que com ela seríamos certamente felizes. Fica para a próxima… talvez com a versão R.

FICHA TÉCNICA

MOTOR

Ciclo 4T
Tipo cilindros em V
Graus 75
Número de cilindros 2
Diámetro 108,0 mm
Curso 71,0 mm
Cilindrada 1301 cc
Taxa de compressão 13,1:1
Batería 12V / 11,2Ah
Refrigeração líquida
Distribução DOHC
Válvulas por cilindro 4
Tipo alimentação Inyección
Marca alimentação Keihin
Modelo alimentação EFI
Diâmetro da alimentação 52 mm
Ignição Electrónico Digital
Arranque eléctrico
Potência máxima declarada 160 CV
Potência máxima declarada en kW 118 KW
Regimen da potência máxima 8750 rpm
Regime do par máximo declarado 6750 rpm
Par máximo declarado em mkg 14,3
Par máximo declarado em Nm 140,14
TRANSMISSÃO

Tipo Manual
Transmissão primária Carretos
Transmissão secundária Corrente
Embraiagem Multidisco em óleo
Tipo acionamento Hidráulico
Número velocidades 6
CICLÍSTICA

Quadro Multitubular
Secção Redonda
Material Aço
Angulo 26º
Avanço 120 mm
SUSPENSÃO

Tipo suspensão dianteira Telescópica invertida
Marca da suspensão dianteira WP
Barra de suspensão dianteira 48 mm
Curso da suspensão dianteira 200 mm
Tipo de suspensão traseira Mono-amortecedor progresivo
Marca da suspensão traseira WP
Curso da suspensão traseira 200 mm
Pegulação da pré-carga da mola dianteira Sim
Regulação do hidraulico de compressão da suspensão dianteira Sim
Hidraulico exterior de regulação dianteira Sim
Regulação de pré-carga mola traseira Sim
Hidraulico de compressão traseira Sim
Hidraulico exterior de regulação traseira Sim
RODAS

Tipo de jante Aluminio
Jante dianteira 3,50 x 19
Jante traseira 5,00 x 17
Roda dianteira 120/70-19
Roda traseira 170/60-17
TRAVÕES

Tipo de travão dianteiro Disco
Diâmetro de travão dianteiro 320 mm
Pinça de travão dianteiro Radial
Marca das pinças de travão dianteiro Brembo
Marca da bomba de travão dianteiro Brembo
Número discos dianteiros 2
Número embolos das pinças dianteiras 4
Tipo travão traseiro Disco
Diametro de travão traseiro 267 mm
Pinças travão traseiro Flotante
Marca das pinças travão traseiro Brembo
Marca da bomba travão traseiro Brembo
Número discos travão traseiro 1
Número embolos da pinça traseira 2
Sistemas especial de travagem ABS

MEDIDAS

Distancia entre eixos                                            1560mm

Altura do banco                                                           860mm

Distancia ao chão                                                       220mm

Peso                                                                                        215 Kg

Capacidad Depósito                                                 23.0

Reserva de combustível                                        3.5 L

Tipo de Combustível                                               Sem chumbo  95

Normativa Emissões                                                Euro 4

 

PVP 17.590 euros

 

CORES 2017

 

 

 CONCORRÊNCIA

BMW S 1000 XR / 999cc / 160CV / 228KG / 16.718 euro

 

 DUCATI MULTISTRADA / 1198cc / 160CV / 232Kg / 17.219 euros

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Pedro Rocha
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