Opinião: Se os EUA não ganharem este ano o MXON, quando ganharão?

Por a 24 Setembro 2022 17:30

Os EUA são o país com mais vitórias na história do Motocross das Nações… mas desde 2011 que os norte-americanos não sobem ao degrau mais alto do pódio nas “olímpiadas” do MX.

A verdade é que, este ano, talvez os EUA estejam na melhor posição de sempre desde o último triunfo. Senão vejamos…

O “fator casa”

A 75.ª edição do MXON tem lugar em Red Bud, no estado do Michigan, um circuito mítico no campeonato AMA Motocross e que recebeu já esta prova em 2018.

A competir “em casa” e perante o seu público, não há como não considerar os norte-americanos como favoritos, mesmo sabendo que em 2018 não foram além do 5.º posto numa corrida com muita lama.

A equipa mais forte dos últimos anos

Em 2011, os EUA venceram o Motocross das Nações com os seus melhores pilotos da altura, todos eles campeões AMA naquele tempo: Ryan Villopoto, Ryan Dungey e Blake Baggett.

Em 2022, os EUA têm indiscutivelmente os seus três melhores pilotos na equipa para o MXON.

Eli Tomac e Chase Sexton lutaram pelo título no AMA Motocross 450 até à última manga e, pelo caminho, deixaram para trás todo o pelotão. Em certas provas, o duo terminou com mais de 1 minuto de avanço sobre o 3.º classificado.

Quanto a Justin Cooper, o piloto da Yamaha foi 4.º no campeonato AMA Motocross 250, sendo o melhor norte-americano atrás dos australianos Jett e Hunter Lawrence e do japonês Jo Shimoda.

A auto-confiança recuperada

Não é segredo que os pilotos norte-americanos não têm revelado grande interesse pelo Motocross das Nações nos últimos anos.

Mas este ano parece ser diferente e não é só pelo facto de a prova se realizar nos EUA.

A intensidade do duelo entre Tomac e Sexton no AMA Motocross deu a sensação a todos de que o nível do MX norte-americano “deu um salto” em 2022 e parece que os EUA voltaram a acreditar que podem vencer.

A ausência de algumas importantes individualidades

O campeão do mundo de MXGP de 2021, Jeffrey Herlings, vai estar presente? Não.

O campeão do mundo de MXGP de 2022, Tim Gajser, vai estar presente? Não.

O campeão do mundo de MX2 de 2022, Tom Vialle, vai estar presente? Não.

O vice-campeão do mundo de MXGP de 2021, Romain Febvre, vai estar presente? Não.

A despedida de Tomac e DeCoster?

Rumores indicam que Eli Tomac vai renovar contrato com a Yamaha para 2023 mas apenas para o AMA Supercross. Ou seja, o Motocross das Nações pode mesmo ser a última corrida de MX da carreira do ET.

Quanto a Roger DeCoster, selecionador dos EUA há 41 anos consecutivos, esta pode ser também a despedida do belga, ele que celebrou recentemente 70 anos. E que melhor maneira de o fazer do que com um triunfo?

É agora ou nunca!

Não há outra forma de colocar o tema em cima da mesa. Por tudo o que acima referi, os EUA estão na melhor posição possível para conquistarem o 23.º triunfo no Motocross das Nações, distanciando-se ainda mais das 16 vitórias da Grã-Bretanha no ranking de países com mais sucessos no MXON. 

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Jorge Ró Jr.
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