CNS:Festa do Supercross na noite da Poutena
O Campeonato Nacional de Supercross 2024 teve a sua terceira ronda na Poutena, a jornada bairradina que é a maior clássica da modalidade no nosso país, com milhares de espectadores a abrilhantarem uma grande noite de Supercross. Uma jornada que, fora de pista, também teve diversos momentos memoráveis, como foi a presença, ao longo da prova, de várias antigas glórias do MX/SX nacional que iam sendo entrevistadas e acarinhadas pelo público – nomes como Mário Kalssas, António Oliveira, Jorge Alves, Márcio Rocha, Johnny Esteves, Hugo Santos ou ainda, este numa mensagem vídeo transmitida no ecrã gigante, Joaquim Rodrigues Júnior, que não pôde estar presente na Poutena.
Em termos desportivos, tivemos muito espetáculo e animação constante mas, no que respeita a lutas diretas pela vitória, sem duelos dignos de registo, havendo sempre um dominador claro em quase todas as classes. A exceção veio mesmo dos mais pequenos, os jovens pilotos das SX50 (dos 5 aos 9 anos de idade), que abriram o programa de corridas com um excelente despique pelo primeiro lugar entre Lucas Araújo e Edgar Salustiano, ambos em KTM.
Com uma bem composta grelha de 18 pilotos, na primeira manga foi Lucas Araújo a instalar-se desde logo no comando. Edgar Salustiano partiu mal mas recuperou para atacar a primeira posição nas derradeiras voltas. Bicampeão em título desta classe, Salustiano chegou mesmo a passar pela liderança brevemente, na penúltima passagem, mas Araújo cedo recuperou o comando, só ‘respirando’ na última volta, quando Edgar Salustiano sofreu uma ligeira queda que o haveria de remeter ao 2º posto. Diego Loureiro foi o terceiro.
Na segunda manga de SX50, Edgar Salustiano voltaria a cair no início, comprometendo a corrida mas, mesmo assim, recuperando bem até ao 2º posto atrás de Lucas Araújo, que vencia assim pela quinta vez em seis mangas neste campeonato, e na frente de Rodrigo Garcia, terceiro nesta manga e na geral, aqui em igualdade pontual com Diego Loureiro.
Nas SX65 (pilotos dos 8 aos 12 anos), tal como nas provas anteriores, a vitória foi discutida pelo britânico John Slade (GasGas) e pelo Campeão Nacional de MX65, Francisco Fernandes (Yamaha). Na primeira manga foi o português a arrancar melhor, liderando as primeiras voltas, até ser alcançado por Slade, que o passou rumo à vitória – triunfo que iria repetir na segunda corrida, novamente com o ‘Xico Patife’ em 2º lugar. Thiago Rodriguez (KTM) foi terceiro em ambas as corridas e ocupa idêntica posição no campeonato. John Slade lidera a tabela, com mais 12 pontos que Fernandes.
Na classe SX85, reservada a pilotos dos 11 aos 14 anos, foi novamente um piloto vindo de além-fronteiras a vencer ambas as corridas, o jovem espanhol Bruno López Rodriguez (KTM), com oposição de Duarte Pinto (GasGas), segundo nas duas mangas e que chegou mesmo a liderar a fase inicial da última corrida. Simão Severino (Yamaha) foi o terceiro da geral.
Com a animação em crescendo, as corridas iam sendo também transmitidas no ecrã gigante montado na pista Nelson Alves, que, em cada categoria, contava também com as imagens captadas ‘on-board’ por um dos pilotos (e, nos intervalos entre mangas, com a animação adicional, bem ‘à americana’, que são os momentos da ‘Kiss Cam’).
Na mangas das classes seniores, a categoria de SX2 foi também palco do domínio categórico de um piloto espanhol Gerard Congost (GasGas), que chegava à Poutena invicto e voltou a triunfar de modo confortável na final SX2, desta vez na frente de Sandro Lobo (Yamaha) e Alex Almeida (Husqvarna), uma ronda em que um dos candidatos aos lugares da frente, Pedro Rino, ficaria de fora depois de uma lesão sofrida durante os treinos.
Nas SX1, o líder do campeonato, Luís Outeiro (Yamaha), fez também justiça ao seu favoritismo e venceu sem oposição, seguido por outro trio de pilotos Yamaha: Afonso Gomes, Martim Palma e Luís Oliveira, este a regressar ao Supercross pela primeira vez desde a sua lesão em 2022.
Já após a repescagem, os animados duelos ‘head-to-head’, o tradicional Pedicross (o público a alinhar numa corrida a pé pela pista) e a revelação do premiado com o capacete de homenagem a Paulo Gonçalves, com uma decoração réplica do piloto de Esposende realizada pela Zózimo Designs, chegou a vez da final Elite, que encerrava uma grande noite de Supercross. O ‘holeshot’ coube a Luís Oliveira, que viria a ser superado na segunda volta por Luís Outeiro. O Campeão Nacional de MX1 rumou a mais um triunfo categórico, seguido por Gerard Congost, que nunca esteve em posição de ameaçar o português e terminaria em 2º lugar a 27s de Outeiro, com Afonso Gomes a subir ao lugar mais baixo do pódio. Martim Palma e Sandro Lobo fecharam o top 5.
O Campeonato Nacional de Supercross 2024 prossegue já no próximo sábado, 10 de agosto, com mais uma das rondas tradicionais desta competição, a disputar no Crossódromo de Arões – Fafe.
Imagem:FMP Press