MotoGP,2020, Portimão: 10 factos que marcaram a época, 8: As vitórias de Quartararo na Yamaha
Ao mesmo tempo esperado e surpreendente, o começo da época de Fábio Quartararo foi uma sequência lógica do seu desempenho em 2019
Apesar de ser a sua época de rookie na classe rainha, e de nem se ter distinguido particularmente, nem em Moto3 nem em Moto2 nas época em que lá esteve, o Francês de Nice, nascido a 20 de Abril de 1999, aterrou com um estrondo na nova equipa Malaia da Yamaha Petronas, numa época que o viu liderar numerosas corridas, mas não conseguir nenhuma vitória depois de seis poles e sete pódios a caminho do 5º lugar no campeonato e do título de rookie do ano.
Fabio Quartararo já tinha sido o mais jovem piloto a fazer uma pole em 2019 quando fez a primeira no Grande Prémio de Espanha, a que seguiram mais duas em Barcelona e Assen, o que o tornou o piloto mais jovem com poles consecutivas na história da Moto GP.
Apesar do começo impressionante de 2019, a primeira vitória ainda lhe escapava, mas essa vitória chegou com um estrondo na primeira corrida de 2020 um Grande Prémio de Espanha em que Quartararo deu logo aviso da sua forma ao ser segundo no primeiro treino livre, primeiro no terceiro, para a seguir fazer a pole e vir ganhar a corrida por 4,6 segundos sobre Maverick Viñales e Andrea Dovizioso.
Não contente com isso, repetiu a dose na semana seguinte no Grande Prémio da Andaluzia na mesma pista onde mais vez venceu, desta por 4,495 segundos sobre Maverick Viñales e Valentino Rossi, resultado que também marcou três Yamaha nos no pódio, coisa que não acontecia há muito tempo, desse Phillip Island em 2014!
No resto da época e Yamaha veio a ter os problemas que todos conhecemos embora estes até pareçam ter poupado misteriosamente Quartararo, que não sofreu qualquer quebra de motor.
Depois, as coisas tornaram-se mais difíceis. Ao sucesso em Espanha seguiram-se três resultados modestos, a rondar o top 10 na Checa e na Áustria mas apenas um 13º na Estíria.
Novo azar quando não terminou a corrida em San Marino depois de cair duas vezes, perdendo o que até aí fora a liderança do campeonato, antes de um regresso à perseguição do pódio na Emilia Romagna quando acabou em quarto atrás de Maverick Viñales e Joan Mir, que estava a começar a sua ronda de pódios a caminho do título, com Pol Espargaró em terceiro.
Fábio Quartararo ainda marcaria uma vitória sensacional na Catalunha a seguir, neste caso batendo os dois colegas da Suzuki, Mir e Rins, e deixando o colega Morbidelli em 4º, um resultado fortíssimo para a Petronas, especialmente considerando que a Yamaha seguinte era Maverick Viñales em nono na sua pista de casa.
Infelizmente, com os continuados problemas da Yamaha a forçarem uma redução no regime máximo motor para poupar a mecânica e com problemas de aderência traseira, que levaram Viñales a dizer no fim da época “quando (as Yamaha) funcionam, somos muito competitivos, quando não funcionam não conseguimos andar de todo!”.
O resto da época marcou uma baixa de rendimento para Fabio Quartararo que foi apenas 9º no seu Grande Prémio de França à chuva em Le Mans.
O independente voltou a não pontuar em Aragón e a ser oitavo a seguir em Teruel, e perdeu mesmo a confiança e o rumo nas últimas três corridas da época, ao acabar em 14º na Europa, não acabar em Valência e mais vez ser 14º em Portugal, marcando um fim de época apagado que o viu inicialmente ser um sério candidato ao título, para terminar o campeonato apenas em oitavo só 2 pontos à frente de Miguel Oliveira em nono.
No entanto, dada a prestação tempestiva do começo da época numa moto “semelhante” à YZR-M1 de fábrica, todos terão que se interrogar o que poderá fazer o francês de Nice para o ano começando na equipa de fábrica da Yamaha Monster…