MotoGP, história: Os anos de Eddie Lawson
Continuando a nossa série de múltiplos vencedores do Mundial, olhamos agora para a história de um homem que era conhecido pela sua suavidade e precisão, que lhe valeu a alcunha de “Steady Eddie”, ou “Eddie Regular” e 4 títulos Mundiais de 500 entre 1984 e 1989.
Nascido em Upland, Califórnia, a 11 de Março de 1958, Lawson iniciou a sua carreira de motociclista no circuito de pistas de terra do sul da Califórnia. Quando se tornou cada vez mais difícil encontrar máquinas capazes de competir com as dominantes Harley-Davidson, mudou a sua atenção para as corridas de estrada.
Em 1979, Lawson terminou a segunda temporada atrás de Freddie Spencer no Campeonato Nacional de Velocidade da AMA 250cc. Depois, foi-lhe oferecido um contrato com a equipa Kawasaki de Superbike e ganhou as AMA Superbike Series em 1981 e 1982. Também ganhou o Campeonato Nacional de Velocidade AMA 250cc em 1980 e 1981 com a Kawasaki, tendo como preparador o grande Kevin Cameron, mais tarde tornado jornalista especializado.
A seguir, Lawson aceitou uma oferta da Yamaha para disputar o Campeonato do Mundo de 500cc como companheiro de equipa de Kenny Roberts para a temporada de 1983. Lawson passou a temporada de 1983 a aprender as particularidades do circuito de Grande Prémio, nomeadamente a forma de arranque de então, que impunha começar com o motor desligado empurrando a moto, medida a que ele era veementemente oposto.
Apesar dessa dificuldade, em 1984, Lawson começou a ganhar regularmente e ganhou o Campeonato Mundial de 1984 com a Yamaha Marlboro, com 4 vitórias, mas 9 pódios, fazendo da sua grande regularidade a sua arma. Esse ano marcaria o primeiro de quatro títulos mundiais que Lawson viria a ganhar, em franca rivalidade com Freddie Spencer. Em 1985, venceu a prestigiada corrida de 200 pré-temporada em Imola.
Depois de ganhar mais dois títulos para a Yamaha em 1986 e 1988, Lawson chocou o mundo das corridas ao anunciar que deixaria a Yamaha para assinar com os seus rivais Rothmans Honda como companheiro de equipa do seu próprio arquirrival, o australiano Wayne Gardner, campeão mundial de 1987.
Ao trocar de equipa, Lawson também cumpriu o seu desejo de trabalhar com o grande preparador Erv Kanemoto. Depois de Gardner ter caído e partido a perna durante a terceira ronda em Laguna Seca, Lawson conquistou o título de 1989 para a Honda, tornando-se o primeiro piloto a ganhar campeonatos consecutivos em máquinas de diferentes fabricantes. Ao vencer com a Yamaha e a Honda, Lawson silenciou os seus críticos que acreditavam que não seria tão bem sucedido longe da equipa de fábrica Yamaha Marlboro.
Lawson também venceu o evento ABC Superbikers em Carlsbad na Califórnia em 1983 e 1985, que opôs os melhores pilotos de várias disciplinas uns contra os outros num percurso combinado de terra e alcatrão, usando uma Yamaha YZ 490 de fábrica especialmente construída para ele.
Em 1990, Lawson venceu a corrida de Resistência de 8 horas de Suzuka numa Yamaha FZR750R em parceria com o colega de equipa Tadahiko Taira. Lawson também ganhou as 200 Milhas de Daytona em 1986 e usou o argumento da sua suposta reforma para recusar até lhe oferecerem uma bolsa de 2 milhões de dólares para regressar e… ganhar novamente em 1993.
Ainda pilotou pela Cagiva em 1991, projetando a moto considerada sem hipótese para a ribalta até vencer no ano seguinte numa corrida à chuva na Hungria, por tomar uma decisão inteligente quanto à escolha de pneus. Nessa altura, o rookie e segundo piloto da equipa era o Brasileiro Alex Barros, que assim se estreou na classe rainha.
Quando se retirou das corridas de Grande Prémio, pouco depois do início da década de 1990, estava em terceiro lugar na lista dos números de vitórias em Grande Prémio das 500 (agora MotoGP) com 31.
Depois de terminar a sua carreira de motociclismo, Lawson prosseguiu uma carreira em corridas de monolugares nos Estados Unidos, competindo na série Indy Lights e, eventualmente, no CART. Na temporada de 1996, no IndyCar, competiu em 11 corridas, com os seus melhores resultados a serem dois sextos classificados nas 500 Milhas dos EUA e no Grande Prémio de Detroit Indy.
A sua paixão pela velocidade continua inalterada e o antigo campeão do mundo agora gosta de conduzir Superkarts de 250cc frequentemente acompanhado pelo seu grande amigo e rival Wayne Rainey, que corre num Superkart especialmente modificado para lidar com as suas lesões na coluna vertebral, e Carros de Fórmula 1 históricos, com um Walter Wolf Racing WR4 em eventos vintage.