MotoGP história: Kevin Schwantz, Parte 2

Por a 12 Abril 2020 16:00

Vimos como Schwantz se estreou no Mundial em 1987 com ajuda de Barry Sheene, acabando em 16º após só 2 corridas acabadas, em Monza, e Le Mans. A seguir, Schwantz começou 1988 ao vencer as 200 Milhas de Daytona de abertura da temporada nos EUA, naquela que seria a sua única vitória naquele evento de prestígio.

Partiu então para a Europa, quando a Suzuki o promoveu à sua equipa de 500cc de Grande Prémio, com patrocínio da Pepsi, e o Britânico Rob McElnea como colega de equipa.

Nesse ano, teve um impacto imediato ao vencer o Grande Prémio do Japão de 1988 na ronda inaugural em Suzuka a 27 de Março; foi apenas o seu sétimo grande prémio no total, tendo andado antes como wild card em 1986 na antiga Suzuki RG5004 em quadrado e em 1987 na primeira versão V4 da RGV500, mas agora a moto de fábrica fazia a diferença e em Suzuka Schwantz bateu nada menos que Gardner e Lawson, que o acompanharam no pódio.

O seu arquirrival, Wayne Rainey, juntou-se ao circuito do Grande Prémio, assinando pela equipa Roberts-Yamaha e ficara também em 6º no Japão. Durante os seis anos seguintes, os dois continuaram a sua intensa rivalidade em pistas de corrida por toda a Europa.

O final dos anos 1980 e início dos anos 90 é lembrado como uma das eras mais competitivas das corridas de Grande Prémio com um plantel rico em talento que incluía Rainey, Spencer, Wayne Gardner, Mick Doohan, Eddie Lawson e Randy Mamola, para não falar de nomes como MacKenzie, Magee, Sarron, De Radigues, Taira ou Haslam pai.

Schwantz, que a seguir ficou em 5º na estreia de Laguna Seca no Mundial, estava muitas vezes em desvantagem, na medida em que as Suzuki nunca pareciam ser tão rápidas como as Yamaha e Honda dos seus rivais.

O GP seguinte que acabou foi Imola, onde ficou em 4º atrás e Lawson, Gardner e Rainey, que já se estava a provar mais regular, pois fora também 6º em Jarama e 2º no GP “de Portugal” em Jerez. Seguiram-se mais uma vitória no Nurburgring, um 8º em Assen, 3º em França, desta no Paul Ricard, 12º na Suécia e outro 3º em Goiania no Brasil. Com isto, Schwantz acabou o ano em 8º, mas o mais regular Rainey foi terceiro.

Esta diferença de ganhar ou cair tentando marcaria toda a carreira de Schwantz. A sua determinação em vencer a todo o custo fez com que parecesse cair tantas vezes como ganhava, característica que fez dele um dos favoritos mais populares entre os fãs de corridas de todo o mundo. A sua última volta quando venceu o Grande Prémio da Alemanha de 1991 no Hockenheimring, com o pneu traseiro a derrapar no limite para bater Rainey, tipificou o estilo Schwantz de pilotagem.

Em 1989, ficou em 4º depois de vitórias em Suzuka, na Áustria, Jugoslávia, Inglaterra, Checoslováquia e Brazil, tendo feito a pole em Phillip Island, Misano, Hockenheim, Salzburg, Rijeka, Assen, Spa, Donington e Brno além disso.

1990 viu-o ser vice-Campeão atrás do primeiro título de Rainey, com Doohan terceiro, após vitórias na Alemanha, Áustria, Holanda, França e Grã-Bretanha, mas a vitória de Doohan na Hungria quase a fechar a época era um sinal do que estava para vir…

Em 1991, Doohan ficaria à sua frente como vice ao segundo título de Rainey, mas Schwantz ainda marcou o ano com vitórias em Suzuka, onde parecia imbatível, Hockenheim, Assen, Donington Park e Le Mans.

1992 viu-o baixar para 4º no Mundial de novo, já que a Rainey e Doohan se juntara o prodígio Kocinsky, Schwantz ganhando apenas em Mugello nesse ano, com vários resultados a roçar o pódio.

Culminou a sua carreira em 1993 ao vencer o seu único Campeonato do Mundo de 500cc. Dizem que a queda e posterior afastamento de Rainey ajudou, mas mesmo assim Schwantz venceu na Austrália, Espanha, Áustria e Holanda, e de facto não voltou a vencer após a queda de Rainey em Misano.

Depois de ter sofrido uma temporada infestada de acidentes em 1994, quando mais uma vez foi 4º, no Mundial, as lesões que tinha sofrido ao longo dos anos começaram a afeta-lo, assim como já o tinha afetado a lesão que terminou a carreira do seu rival Rainey, que o deixou paralisado do peito para baixo.

Apesar de voltar a ganhar em Suzuka e em Donington, ano foi dominado por Doohan e Schwantz pensava já em abandonar

No início da temporada de 1995, depois de uma conversa com Rainey, Schwantz decidiu mesmo retirar-se da competição de motociclismo. Até aí, durante a sua carreira tinha acumulado 25 vitórias em Grand Prix, mais uma do que o seu grande rival, Wayne Rainey.

No Museu Suzuki em Hamamatsu não podia faltar a RGV de Schwantz

Isto fez dele o segundo piloto americano mais bem sucedido atrás de Eddie Lawson. Numa demonstração de respeito, a FIM retirou o seu número de corridas (34), que não será mais atribuído no Mundial, como prova da sua popularidade.

No final da década de 1990, Schwantz ainda correu algumas temporadas no Campeonato Australiano da NASCAR antes de regressar aos Estados Unidos, onde competiu na NASCAR Busch Series, fazendo 18 corridas com dois resultados no Top ten, e algumas corridas de Turismos. Schwantz foi inscrito no Hall of Fame da AMA em 1999 e a FIM nomeou-o Lenda de Grande Prémio em 2000.

Schwantz também co-desenhou o circuito das Américas com Tavo Hellmund e o arquiteto e designer de circuitos alemão Hermann Tilke e tem uma escola de pilotagem desde 2001 em Birmingham, Alabama, sendo vulgar vê-lo em apresentações da Suzuki, única marca pela qual pilotou no Mundial.

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