MotoGP, Andaluzia: O mistério dos motores da Yamaha
As equipas Yamaha sofreram duas falhas de motor, circunstância atualmente assaz rara, em outros tantos grandes prémios numa semana: Primeiro, foi Rossi que no Grande Prémio de Espanha da semana passada, começou a acusar perda de rendimento na sua M1 e viu acender uma luz indicando um problema no motor, que o forçou a encostar. depois, foi Morbidelli igualmente afectado pelo problema da luz e forçado a encostar à 10ª volta… que se passa?
Quando estas motos, pesadamente carregadas de eletrónica, têm um problema de motor, passam automaticamente para um modo de segurança, para evitar mais estragos, e nesse modo, andam, mas em modo lento, só para permitir ao piloto encostar, impedindo portanto a continuação em prova.
Ora, a alocação de motores, normalmente de 7 por época, foi este ano ainda mais reduzia, para 5, em vista do número de corridas também menor.
A utilização de motores é informação que está aberta aos jornalistas e quando chegou a de Jerez, pode-se verificar que as Yamaha já tinham todas usado pelo menos 4 motores cada, e Viñales mesmo 5, ou seja, em duas corridas usou a sua completa alocação para o ano inteiro.
O problema é que as outras equipas todas do paddock ainda só vão em dois, e os motores podem ser examinados e revistos exteriormente, desde que não sejam violados os selos que os mantêm fechados.
Mais, correu o rumor, depois confirmado por Lin Jarvis, diretor de competição da Yamaha, que os motores retirados tinham sido enviados para o Japão por terem alguma coisa errada.
A esse respeito, Jarvis limitou-se a dizer que sim, que tinham um problema de motor “preocupante”, sem especificar o quê, nem sequer dizer se estavam a par do que se tratava.
Claramente, o calor que se fez sentir, se não for parte do problema, pelo menos torna-o mais evidente.
A um nível puramente especulativo, sobreaquecimento aponta para problemas do grupo térmico, pistão/camisas/segmentos ou uso excessivo de óleo. Por outro lado, sabe-se que uma das maiores queixas de pilotos como Rossi e Viñales era a falta de velocidade das Yamaha (os outros problemas, de inserção em curva, e aderência e desgaste prematuro dos pneus, são problemas de ciclística, só muito indiretamente influenciados pelo motor, através do controlo de travagem motor, como alegadamente era o caso das Honda). Sendo assim e estando os engenheiros japoneses sob pressão para resolver o problema, podem ter ido buscar mais velocidade… aonde se vai buscar mais velocidade a um motor, cujas medidas não podem ser alteradas por regulamento? Às rotações!
Façam o motor girar mais rápido, e estamos a criar uma maior sensibilidade e dependência do estado do óleos, que são particularmente solicitados em casos de temperaturas extremas… A Yamaha usa óleos premium da japonesa Eneos, que fornece a gama própria Yamalube da casa de Ywata, que são excelentes, e decerto, mudados frequentemente (quase de certeza entre cada sessão de treinos) e dificilmente poderiam ser os culpados…
Por outro lado, Valentino Rossi fez saber, em parte a justificar o seu pódio, o primeiro desde o Texas em Abril de 2019, que teve de convencer os engenheiros da Yamaha a fazer “uma coisa que eles não queriam” e que quando o fizeram, “senti que a Yamaha era a minha moto de novo e pude andar com muito mais confiança!”
Com 90 por cento de certeza, estava a referir-se a uma modificação qualquer de chassis, que favorece mais o seu estilo, modificação essa que os engenheiros estavam relutantes em implementar porque “todos os outros usam assim” e a relutância dos engenheiros japoneses em mudar as coisas é bem conhecida.
Mas se não for? Se tiver a ver com faixas de utilização, ou travagem motor, tão crítica na fase de inserção em curva, que era o problema de Valentino Rossi, e por extensão, de todas as Yamaha?
A pergunta que fica a pairar no ar, então, é: alguém fez alguma coisa que não devia?
“A um nível puramente especulativo, sobreaquecimento aponta para problemas do grupo térmico, pistão/camisas/segmentos ou uso excessivo de óleo. Por outro lado, sabe-se que uma das maiores queixas de pilotos como Rossi e Viñales era a falta de velocidade das Yamaha (os outros problemas, de inserção em curva, e aderência e desgaste prematuro dos pneus, são problemas de ciclística, só muito indirectamente influenciados pelo motor, através do controlo de travagem motor, como alegadamente era o caso das Honda). Sendo assim e estando os engenheiros japoneses sob pressão para resolver o problema, podem ter ido buscar mais velocidade… aonde se vai buscar mais velocidade a um motor, cujas medidas não podem ser alteradas por regulamento? Às rotações!
Façam o motor girar mais rápido, e estamos a criar uma maior sensibilidade e dependência do estado do óleos, que são particularmente solicitados em casos de temperaturas extremas… A Yamaha usa óleos premium da japonesa Eneos, que fornece a gama própria Yamalube da casa de Ywata, que são excelentes, e decerto, mudados frequentemente (quase de certeza entre cada sessão de treinos) e dificilmente poderiam ser os culpados…”
As questões levantadas neste artigo até são interessantes. Dou valor a isso neste artigo.
Mas a especulação e a analise cientifica deste excerto deslumbra-me… Peço desculpa pela ironia do meu comentário em modo de gozo, é algo que só da azia e não quero isso de todo. Julgo que esta minha má educação vem da memória de alguma frustração que tive quando ouvia pessoas a falar a engenharia de veículos no desporto motorizado como se fossem mestres da coisa e ninguém lhes podia dizer que se calhar as coisas não são bem assim. Um actual engenheiro de F1 português queixou-se do mesmo não ha muito tempo numa entrevista.
Gostava de desafiar a redação a avaliar este texto e tentar perceber se é o tipo de informação que se quer passar aos fans do desporto motorizado? Com o sub-titulo desta gazeta “de motos percebemos nós”, demonstra alguma arrogância, principalmente quando escrevem artigos assim.
Infelizmente não vou entrar detalhes mas quase todas as suposições deste artigo demonstram um conhecimento muito fraco/limitado da engenharia destes veículos.
Acho que os leitores merecem melhor, principalmente quando esta plataforma é pescada pela AutoSport.
Para isso, passamos a fazer uma analisa com um sustento melhor fundamento ou então, também podem escrever sobre outros assuntos. Ou deixar que alguém, que realmente saiba do que está a falar, responder às questão levantadas que até têm muito valor.
Espero que este comentário seja desafiante no sentido positivo. Exigente, e não destruidor.
Obrigado, quando um artigo suscita tanto comentário é logo positivo… Infelizmente, é mais ao contrário… longe de um conhecimento muito fraco/limitado destes veículos, duma pessoa que acompanha a velocidade Mundial há 36 anos e já teve de encomendar peças da YEC ou HRC por fax o que, portanto, pressupunha minimamente saber, ou aprender depressa, do que estava a falar, se aprofundássemos demais perderíamos a vasta maioria dos leitores, derrotando o objeto do exercício… Se o (anónimo) é um dos que compreenderia essa hipotética análise mais profunda, que por outro lado seria disparate sem estar mais perto de alguém na equipa que soubesse (ou revelasse!) mais, e nem poderia ter sido feita 2 horas depois dos factos, está num grupo de exceção…
Há dias comentei que a Yamaha parecia ter conseguido algo para este ano pois o motor, em regimes altos, não soava tão amarrado como os dos anos anteriores.
Só quando aparecerem as retas de 340/345 km/h é que vamos perceber o que se conseguiu na yamaha em ponta.
Com uma temporada mais curta podem ter cedido um pouco na fiabilidade em prol de mais performance? Honestamente duvido disso. nem a Ducati faz isso e eles são verdadeiramente obcecados pelo potência e performance do motor.
ou o problema não tinha nada a ver com o motor e poderia ser noutro orgão?
a verdade é que pela ausência de fumo branco (como no caso do Bagnaia), poderemos admitir que não houve fugas de oleo que poderiam ser causados pela destruição, devido a sobreaquecimento, de segmentos ou juntas.
Pode ser um defeito num sensor? já aconteceu na F1. os mercedes foram proibidos pelos eng de corrida de passar nos corretores, pois aquilo estava preso por arames.
quando o Morbidelli estava a parar, colocaram a imagem e som onboard, o motor continuava a funcionar e ele tentou acelera-lo uma ou duas vezes, até aparecer um chocalho metálico antes mesmo dele parar.
sem ser especialista nem nada que se pareça, ou a Yamaha é super conservadora e tem um modo de segurança para bebés e param a mota bem antes de gripar o motor…ou o oleo que a Yamaha usa não se vê qd está a ser queimado ou aquilo não é mesmo mesmo no motor.
acho que nunca se vai saber…
Quanto a ser usado que não se pode acho isso quase impossivel.
Não estamos a falar de unidades de potêncua hiper complexas como na F1. Aliás a coisa menos complicada hoje em dia no MOtoGP é sacar potência.
Como dizia um Eng da Yamaha, não faz sentido gastar dinheiro em encontrar potência que n se consegue usar.
Não faz sentido fazer um motor tão potente que torne a mota impossivel de pilotar (a Ducati devia por os olhos nisto).
é muito mais caro e dificil evoluir a electronica de forma a que domine e que traga potência usável para roda traseira.
Não foi por isso que unificaram a electronica, para limitar a escalada de custos?
Talvez nunca se saiba o que está a acontecer com os motores yamaha.
Se em Brno levarem meio segundo na reta da meta, talvez tenham exagerado no desiquilibrio performance/fiabilidade e concluíram que nem em sonhos os motores chegam ao fim da época “abertos” desta forma.
Se não, se se aguentarem à bronca, talvez o problema esteja num defeito de fabrico e que o defeito tenha sido corrigido neste tempo.
vamos lá ver…
O que sei é que com tantas motas do ano corrente, o campeonato está mais divertido do que nunca.
não fossem algumas lesões e talvez fosse o mais renhido de sempre.
Cumps.