MotoGP, 2020: Irá a Ducati apostar num espanhol em 2021?
Em Borgo Panigale, casa da Ducati, existem atualmente cinco pilotos contratados: Andrea Dovizioso, Danilo Petrucci, Jack Miller, Francesco Bagnaia e Johann Zarco. Há muita especulação no ar sobre quem vai para onde além de 2020, e não apenas na Ducati, uma vez que a fábrica italiana ainda não confirmou quem vai usar o vermelho na próxima temporada.
Depois de alegadamente ter tentado contratar pilotos de topo como Marc Márquez e Maverick Viñales, que entretanto foram confirmados nas atuais equipas, o radar Ducati vira-se agora para classe Moto2.
Paolo Ciabatti, diretor desportivo da Ducati Corse, admitiu recentemente à Sky Sport Italia que têm acompanhado de perto o progresso de “dois grandes nomes”, nomeadamente Lorenzo Baldassarri (FlexBox HP 40) e Enea Bastianini (Italtrans Racing Team) antes de considerar também o espanhol Jorge Martin (KTM Red Bull Ajo).
Depois de destacar os italianos, Ciabatti incluiu o Campeão do Mundo de Moto3 de 2018 na seleção de pilotos desejáveis para a Ducati.
“São certamente dois nomes importantes, a que acrescentaríamos Jorge Martin, pilotos que temos vindo a seguir e que têm bom potencial”, confessou o Diretor desportivo da Ducati Corse, antes de esclarecer que, devido à situação atual, qualquer contato com estes pilotos poderia ser adiado para 2022. Ciabatti também reconheceu que tinha seguido Bastianini particularmente de perto, mas também confessou que a fábrica considerou Baldassarri para o lugar na Avintia o ano passado.
Chicho Lorenzo, pai do pentacampeão mundial Jorge Lorenzo, diz que falou recentemente com vários pilotos espanhóis e destacou Martin, dizendo que “está a cavalgar a onda da notícia que a Ducati está interessada nele”, fator que “ainda o pode distrair” da temporada de 2020. Questionado se Martin está pronto para dar o salto para a Ducati ou outra opção na classe rainha, Chicho Lorenzo lembrou-nos de pilotos de sucesso anteriores que rapidamente progrediram nas fileiras:
“Já vimos pilotos que deram o salto rapidamente, mesmo diretamente de Moto3, como Jack Miller”. Lorenzo pai elogia o piloto espanhol, dizendo que a sua mentalidade lembra a do venerado Angel Nieto.
“Martin mostra algumas coisas que eu acho que são muito importantes para um piloto que quer ir longe na classe rainha: tem uma confiança extraordinária em si mesmo, é um piloto muito inteligente, nas corridas que ganhou no ano em que se tornou Campeão de Moto3 mostrou grande inteligência, até me lembrou de Angel Nieto, essa consciência das estratégias e como ele foi capaz de colocá-las em prática e fazê-las trabalhar para ele”, explicou Chicho.
Sobre isso, Chicho Lorenzo salientou que “todos querem chegar ao MotoGP” e que é ainda melhor se acabarem “numa equipa oficial”. Para ter sucesso, Chicho acredita numa fórmula: “Simplesmente, trata-se de saber como resolver problemas que se vão encontrar e para isso, também é preciso ter um método porque é um processo: deparar-se com um problema, analisá-lo, tentativa e erro, não ficar desanimado e, de repente, superar o problema e passar para o próximo.”
A confiança de Chicho Lorenzo no piloto da KTM Red Bull Ajo é total: “A capacidade que acredito que o Martin tem é a mesma dos grandes pilotos. É uma das vantagens que os grandes pilotos têm, ser capazes de resolver problemas. É muito importante para um piloto saber encontrar soluções, ser criativo, analítico e resoluto, e ter muita confiança em si mesmo. Estas são as grandes vantagens de um campeão”, disse, referindo que, em relação a Martin, algumas equipas da classe rainha estão de olho. Depois da má impressão deixada pelo filho Lorenzo em 2017 e 2018, porém, colocará Borgo Panigale novamente as suas esperanças num piloto espanhol?