MotoGP, Valência: Vai Bagnaia suceder a Casey Stoner este domingo?

Por a 5 Novembro 2022 17:36

Certamente, neste momento as faixas de campeão já estão prontas nos serviços de marketing, tanto da Ducati como da Yamaha, para entregar este domingo ao proverbial campeão de 2022 em Valência. À marca de Borgo Panigale, resta agora gerir da melhor forma os 23 pontos de avanço de Pecco sobre Quartararo; à Yamaha resta a fé e resiliência dos japoneses para levar de vencida a forte armada transalpina.  

Á partida para o último Grande Prémio da temporada em Valência, o jogo está todo do lado da Ducati, mas também a pressão maior. Um erro de estratégia, uma queda inesperada, pode deitar deitar tudo a perder para o lado de Pecco Bagnaia. E é precisamente para isso que existem as ordens de equipa, que durante tantos anos foram adoptadas, até agora, aparentemente ignoradas pela marca gerida por Gigi Dall’Igna.

As ordens de equipa, tantas vezes levadas a cabo nas maiores disciplinas motorizada – incluíndo a Fórmula 1 e o MotoGP – parecem agora ‘fora de moda’, mas deram muitos títulos mundiais, e são ‘jogo limpo’… desde que não prejudiquem terceiros.

No entanto, se tivermos uma ‘alcateia de lobos’ a saltar para a frente da corrida, pode resguardar o potencial candidato ao título (Bagnaia), mas ao mesmo tempo complicar a vida àquele lobo solitário (Quartararo) que ferido no orgulho e cheio de energia procura o primeiro lugar. Sendo assim, com recato e sem dar a ideia de empreender o tal jogo de equipa, a Ducati pode chegar ao título mundial de pilotos que não alcança desde há, precisamente 15 anos!

Casey Stoner alcançou essa honra em 2007, com dez vitórias e seis poles-position, um triunfo magistral que para sempre ficou inscrito na história do motociclismo.

Acredito que se este domingo Bagnaia chegar ao título, somando a oitava vitória do ano, passará a ser idolatrado na Ducati e pelos italianos em geral, não apenas porque colocará um ponto final num longo hiato, mas também porque um piloto transalpino volta a ser campeão mundial –algo que não acontece desde 2009 no último ano em que Valentino Rossi se consagrou campeão do mundo.

Dito isto, e porque factos são factos, tenho sérias dúvidas que a Ducati (com máquinas com a precisão de um relógio suiço desde que a empresa passou a integrar o poderoso Grupo Audi/VW), não tenha uma estratégia previamente montada para levar Bagnaia ao título mundial de pilotos, depois de já ter conquistado os títulos de Equipas e Construtores. Seria o hat-trick perfeito, a cereja no topo do bolo para a marca de Borgo Panigale!  

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Ricardo Ferreira
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