MotoGP, Valência: Dezasseis anos depois do desaire de Rossi
Valentino Rossi perdeu o campeonato do mundo há 16 anos em Valência, apesar de ter largado da pole e 8 pontos à frente de Nicky Hayden. Bagnaia deve evitar cálculos excessivos e procurar um bom resultado.
Vários campeonatos mundiais foram decididos em Valência. O último foi o de 2020, vencido por Joan Mir, mesmo que não tenha sido a última corrida da temporada. Antes havia a rendição mundial de Andrea Dovizioso (2017) em Marquez, e como esquecer o ano de 2015 de Valentino Rossi e Jorge Lorenzo? Mas o GP de Valência mais famoso de todos é sem dúvida o de 2006, com a queda do Doctor que consagrou campeão mundial Nicky Hayden e uma dupla da Ducati de Troy Bayliss e Loris Capirossi. E há algumas coisas sobre essa corrida que vale a pena lembrar, que também podem ser úteis para os protagonistas deste fim de semana.
Atenção máxima
Ainda não é fácil, 16 anos depois, esquecer a inexplicável queda de Rossi na curva 3, a descrença de Valentino, a recuperação inútil até ao 13º lugar e o campeonato mundial perdido por apenas 5 pontos. Rossi largou da pole position, mas começou mal e logo se viu em sétimo, com o seu rival em segundo lugar. Na terceira volta, depois de ultrapassar para a sexta posição, Valentino caiu na curva 3, e de volta à 20ª posição recuperou até a 13ª posição, graças sobretudo a algumas desistências. Mas Rossi estava muito longe dos líderes – cerca de dez segundos dos pontos que ele precisaria – e com um Nicky Hayden na gestão total da corrida. Havia um pelotão Honda a escoltá-lo e, de qualquer forma, o ritmo do americano era bom.
O que há de útil em rever este Grande Prémio?
Pecco Bagnaia terá que correr sem exagerar nos cálculos: será essencial evitar problemas no início – mesmo que o GP da Catalunha nos lembre o quanto se pode estar à mercê do acaso – e tentar fazer um ritmo elevado. No MotoGP de hoje, quem comece a correr pensando apenas em chegar à linha de chegada, vê-se irremediavelmente mente enredado no meio do grupo, onde tudo pode acontecer.
Valencia 2006 obviamente também dá esperança a Fabio Quartararo, mesmo que haja uma grande diferença entre recuperar 8 ou 23 pontos. Mas o Ricardo Tormo é uma pista que a Yamaha desde sempre se deu bem, e é o melhor que o francês pode aspirar agora.
Em 2021, Francesco Bagnaia foi o vencedor do GP da Comunidade Valenciana e três pilotos da Ducati, (Pecco, Jorge Martin e Jack Miller) ocuparam o pódio nesse mesmo ano. Somando a isto os 23 pontos de vantagem que tem este ano sobre Fabio Quartararo, o italiano é um claro favorito na corrida ao título de MotoGP. Contudo, as corridas não são um relógio suiço, e por isso, Bagnaia tem de estar preparado para qualquer imponderável.