MotoGP: Um campeonato com novos atores e cada vez mais empolgante

Por a 2 Dezembro 2021 16:37

Um ‘Quarteto Fantástico’, Marc Marquez, Jorge Lorenzo, Valentino Rossi e Dani Pedrosa, tornaram o MotoGP ferozmente imprevísivel de 2013 a 2016.

Os tempos mudam de tempos em tempos, tal como retratou o site oficial do MotoGP. Nas duas últimas temporadas, testemunhamos vários pilotos a vencerem uma corrida na classe rainha, com 9 vencedores diferentes no ano da consagração de Joan Mir em 2020 e 8 na última temporada. Porém, até hà cinco anos atrás as coisas eram diferentes.

Após a saída dos Grandes Prémios de motociclismo de Casey Stoner – que se retirou em 2012 com 27 vitórias e dois títulos mundiais, abriu-se  caminho a um quarteto que dominou o MotoGP de 2013 a 2016.

Marc Marquez chegou ao MotoGP como um piloto de outra galáxia. Todos sabiamos desde muito cedo que estaria ali um talentomuito especial e, em 2013, o número 93 conquistou o primeiro de seus seis títulos com a Repsol Honda na categoria rainha. O piloto de Cervera somou seis vitórias contra oito de Jorge Lorenzo, com Dani Pedrosa a  vencer por três vezes. E Marquez continuou a dominar no seguinte, com 13 vitórias em 2014, vencendo as primeiras 10 provas. Cinco mais se seguiriam em 2015, com Lorenzo e Valentino Rossi a disputarem o título: Lorenzo venceu sete corridas contra as quatro de Rossi.

Marquez venceu mais duas corridas antes de Miller encerrar a seqüência de vitórias em 2016, com o agora seis vezes campeão mundial de MotoGP a somar 26 vitórias nos 61 GP’s disputados de 2013 a 2016. Durante os mesmo 4 anos, Lorenzo garantiu 20 triunfos, Rossi nove e Pedrosa seis. Uma era dominante para quatro dos maiores pilotos que vimos juntos no MotoGP, mas as coisas iam começar a mudar.

Desde a chegada de Miller à despedida de Lorenzo da Yamaha

A vitória do australiano Jack Miller no Dutch TT de Assen em 2016 será para sempre uma das corridas de MotoGP mais memoráveis ​​de todos os tempos. No mesmo ano, após a vitória de Miller, Andrea Ianonne (Áustria), Cal Crutchlow (República Checa, Austrália), Maverick Viñales (Grã-Bretanha) e Andrea Dovizioso (Malásia) ganharam corridas. Abria-se um novo cenário no MotoGP mais semelhante à era atual. Marquez, Lorenzo e Pedrosa também venceriam nesse ano, elevando o número total de vencedores em 2016 para nove. Rossi também vencera em Jerez e na Catalunha, antes do triunfo de Miller.

Após uma impressionante vitória em Valência, o tri-campeão mundial Jorge Lorenzo (2010, 2012 e 2015) despediu-se de uma fenomenal carreira na Yamaha antes de se mudar para a Ducati. Depois de algumas temporadas conquistadas pela Honda (Marquez, Pedrosa) e Yamaha (Lorenzo, Rossi), e a troca de fornecedores de pneus Bridgestone para Michelin, havia uma forte sensação no ar de as coisas estavam a mudar, até para o maior triunfador de sempre desde os tempos de Agostini.   

A última vitória de Rossi

Mal sabíamos na altura, mas a vitória de Rossi em Assen em 2017 seria a sua última no MotoGP. E teríamos que esperar até ao GP das Américas 2019 para a sequência de diferentes vencedores voltarem à vida, graças ao sucesso de Alex Rins (Team Suzuki Ecstar) nos Estados Unidos. Poucas semanas depois, Danilo Petrucci conquistou também uma primeira vitória em Mugello. No entanto, o verdadeiro ponto de viragem chegaria em 2020 – um ano definido pela lesão no final da temporada de Marquez em Jerez e pela Covid-19. Nesse ano, 5 pilotos venceram pela primeira vez na categoria rainha, incluindo Fabio Quartararo, Brad Binder, Miguel Oliveira, Morbidelli e o campeão do mundo Joan Mir.

O ano de 2020 viu ainda o poderoso surgimento da mais jovem equipa de MotoGP, a KTM. A fábrica austríaca venceu três corridas em 2020 e ganhou mais duas vezes em 2021. Quartararo colocaria a Yamaha de volta ao topo do mundo desde a conquista do título de Lorenzo em 2015, mas as coroas de Construtor e Equipa iriam para a Ducati. Jorge Martin e Francesco Bagnaia conquistaram as primeiras vitórias no MotoGP, num ano com 8 vencedores diferentes e distante da hegemonia alcançada noutros tempos por Valentino Rossi, Jorge Lorenzo, Marc Marquez e Casey Stoner.

Atualmente, a imprevisibilidade reina no MotoGP e as vitórias são cada vez mais suadas, o que só engrandece o espetáculo. Com cinco estreantes que prometem, novas equipas e campeões da nova gestação como Joan Mir e Fabio Quartararo, para o ano que se vai iniciar temos um campeonato que promete redobradas emoções.

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Ricardo Ferreira
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