MotoGP, Testes Jerez: O que foi testado pelas várias equipas

Por a 30 Abril 2024 11:30

Um dia depois do Grande Prémio de Espanha, os pilotos de MotoGP utilizaram a o circuito de Jerez – Angel Nieto para uma sessão de testes, com Fabio Di Giannantonio (VR46) a ser o mais rápido e com as várias fábricas a testarem vários itens. Aqui fica um resumo de cada equipa.

Na Ducati Lenovo, não houve muitas novidades a reportar, com Francesco Bagnaia a fazer algum trabalho na geometria da sua moto, sendo o piloto que menos rodou (43 voltas, menos 17 do que Lorenzo Savadori, que foi o segundo piloto que menos voltas fez). Ainda assim, o campeão do mundo terminou no quarto lugar, a menos de dois décimos do primeiro. Já Enea Bastianini foi nono classificado, com 65 voltas feitas, também com pouca coisa a contar do lado do italiano.

Do lado da Pramac, Jorge Martín teve um dia mais agitado, até porque uma das suas GP24 teve um problema, obrigando o espanhol a perder mais de uma hora na garagem. Perto do final do dia, Martín caiu na curva 9. Apesar de tudo, o líder do campeonato completou 71 voltas e terminou em décimo. Franco Morbidelli trabalhou na ergonomia da moto, participando no seu primeiro teste com a Ducati desde Valência no ano passado. O italiano fez 82 valiosas voltas, sendo também rápido, com o terceiro melhor tempo.

A VR46 sai de Jerez com boas impressões, depois do pódio de Marco Bezzecchi no domingo e do tempo mais rápido de Fabio Di Giannantonio no dia de testes. Sem novas partes para testar na GP23, ambos andaram a testar novas afinações, com Diggia a liderar e Bezzecchi a terminar em 13.º.

Na Gresini, Marc Márquez teve direito a mais 71 voltas para se adaptar à sua moto, com o segundo classificado de domingo a ser quinto classificado na segunda-feira. Álex Márquez também sai satisfeito da Andaluzia, com o 73 a fazer precisamente 73 voltas, com o oitavo lugar no final.

Passando para a Aprilia, a equipa de fábrica teve Aleix Espargaró a testar o dispositivo de altura que Lorenzo Savadori tinha experimentado durante o Grande Prémio. Já Maverick Viñales testou uma unidade traseira diferente, com o difusor que Espargaró utiliza, mas a superfície superior é como a especificação de 2023 que Viñales prefere. Ambos os pilotos acabaram por testá-la. Viñales acabou na segunda posição, com um time attack tardio e 80 voltas feitas, com Espargaró em sétimo e com 66 voltas. O piloto de testes Lorenzo Savadori foi 24.º e último classificado na sessão.

Na Trackhouse, como esperado, Raúl Fernández pôde testar a RS-GP de 2024 pela primeira vez, embora o melhor tempo do espanhol tenha sido feito com a moto de 2023, tempo esse que o colocou na 12.ª posição. Já Miguel Oliveira completou um total de 74 voltas e terminou em 15.º, experimentando a mesma unidade traseira híbrida que os pilotos de fábrica experimentaram.

Na KTM, foi testada uma nova carenagem aerodinâmica, com Brad Binder e Pedro Acosta a serem vistos a testá-la. Binder foi o piloto mais rápido dentro dos que pertencem ao Pierer Mobility Group, com o sul-africano em sexto, a dois décimos do primeiro lugar, com a sua melhor volta a chegar perto do fim. Jack Miller terminou o dia em 17.º, com 73 voltas, e o australiano admitiu que o problema de vibração da moto não foi completamente resolvido. Registar ainda a participação de Pol Espargaró nesta sessão, com o espanhol a fazer 68 voltas e a terminar em 19.º, ele que se prepara para ser wild-card em Mugello.

Na GASGAS, Augusto Fernández continuou em busca de uma afinação base que o deixe mais confortável, tendo sido visto também a testar o novo pára-lamas da KTM. O 37 caiu nos 15 minutos finais na curva 7, terminando o dia no 22.º lugar. Já Pedro Acosta foi 11.º classificado, a pouco menos de meio segundo de Diggia. Para além da carenagem mencionada anteriormente, Acosta também testou uma entrada de ar utilizada por Dani Pedrosa no fim de semana. Os dois pilotos da GASGAS, em conjunto, fizeram 140 voltas.

Muitas atenções estavam viradas para a Yamaha, com uma grande atualização aerodinâmica para Fabio Quartararo e Álex Rins, com o team manager Maio Meregalli a falar também de um novo chassis. Rins terminou o teste em 14.º, com a sua melhor volta a chegar perto do final das suas 73 voltas, enquanto Quartararo fez 84 voltas e foi 18.º. No final, Rins considerou que o novo chassis não era uma grande melhoria, com os problemas de viragem da moto a persistirem.

Na Honda, e começando pela LCR, Takaaki Nakagami e Johann Zarco experimentaram a moto que Stefan Bradl utilizou no fim de semana, embora Zarco só tenha feito uma mão cheia de voltas nessa moto antes de voltar à sua habitual. Nakagami foi o mais rápido da HRC, em 16.º, a nove décimos do primeiro lugar, embora o japonês tenha referido que a nova moto “não mudou muito”. Já Johann Zarco terminou no 20.º lugar e foi o piloto com mais voltas efetuadas (88).

Por fim, na Repsol Honda, Joan Mir e Luca Marini já tinham testado a nova moto num teste privado em Barcelona, focando-se noutras coisas. Marini testou um dos novos chassis que Bradl também tinha usado, mas usou-o com a aerodinâmica habitual da Honda, rodando também com a asa traseira que utilizaram nos testes de pré-época. Já Mir tinha duas Honda com a especificação tradicional na garagem, com ambos os pilotos a fazerem 134 voltas em conjunto e Mir a dizerem que testaram “um conceito diferente” na moto.

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Bernardo Figueiredo
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