MotoGP: Rins e Mir em sentidos opostos

Por a 17 Julho 2019 18:43

Com base nas nove corridas que já tiveram lugar este ano, é possível perceber como é que tem sido a prestação dos pilotos da Suzuki até ao momento. Uma das questões que mais salta a vista é o facto de Alex Rins ter chegado a discutir os primeiros lugares do campeonato mas, nas últimas duas corridas foi Joan Mir a tomar as rédeas da marca. O piloto tem vindo a mostrar melhorias, mais visíveis a partir da corrida na Catalunha. Já Rins, nas duas corridas seguintes não conseguiu sequer pontuar.

O piloto da Suzuki parece ter ainda alguns pontos a ajustar no que diz respeito às qualificações. Por mais do que uma ocasião não passou para a Q1 o que, por vezes, mostra ainda algumas dificuldades em conseguir um bom tempo por volta, comparando com alguns dos outros pilotos. Ora, esta questão leva a que parta mais atrás e, com isso, acaba por ter muito mais trabalho a chegar à frente da corrida. No entanto, nas últimas duas corridas, esse foi o menor dos seus problemas. Rins partiu de terceiro em Assen e de quarto em Sachsenring mas acabaria por cair em ambos os circuitos.

No entanto, na grande maioria das vezes, pode dizer-se que correspondeu às expectativas no dia da prova. Nas nove corridas conseguiu colocar-se por seis vezes dentro do top 5, com dois pódios, um deles uma vitória. As duas quedas deram-se quando estava bem colocado na corrida. Na última corrida, na Alemanha, pensava-se que o espanhol iria conseguir colocar para trás o azar da corrida anterior e terminar, mais uma vez, no pódio. No entanto, não foi isso que aconteceu. Rins seguia em segundo, já sem hipótese de alcançar Marquez quando acabou por cair sozinho, dentando por terra 20 preciosos pontos. No caso da corrida anterior, em Assen, a situação foi um pouco diferente. Logo no início, Rins estava a liderar a corrida quando, pouco depois, acabou por cair, deixando no comando o seu colega de equipa.

Alex Rins numa das quedas que sofreu na primeira metade da temporada, desta feita, ainda durante os treinos.

Joan Mir soma três top 10 consecutivos nesta primeira metade da temporada, sendo que já tinha conseguido alcançar a oitava posição logo na primeira corrida. Na sua estreia em MotoGP, o piloto espanhol partiu de 11º para conseguir ficar entre os dez primeiros logo no Qatar. De seguida, na Argentina acabou por não pontuar, assim como viria a acontecer em Jerez de la Frontera. Depois da grande estreia e destes azares que se seguiram, até ao Grande Prémio de Itália, o melhor resultado que conseguiu foi um 12º lugar, precisamente, em Mugello. A partir daí foi quando o cenário se começou a alterar. Sim, porque o piloto da Suzuki não conseguiu “apenas” voltar a terminar no top 10, desta vez, três vezes consecutivas. As suas qualificações também melhoraram bastante. Até à corrida no traçado italiano, o melhor que tinha conseguido foi no Qatar, posição essa que voltara a repetir na Catalunha. Nas duas corridas que se seguiram foi sempre em crescendo, tendo partido de quinto e nono.

O jovem de apenas 21 anos mostrou-se muito satisfeito com a sua prestação nas últimas corridas mas parece ter ficado com a sensação de que poderia ter feito melhor. Explicou que um dos problemas é que desgasta muito o pneu nas primeiras voltas, o que o leva a ter dificuldades na segunda metade da corrida. “É uma pena porque hoje eu senti que tinha conseguia um pouco melhor do que a sétima posição. No entanto, para mim, é difícil lutar com os Ducati. Vamos tentar melhorar nesta área, para sermos mais fortes, mas estamos muito felizes com todo o potencial nestas últimas corridas e acho que estamos no bom caminho.” Estas foram as palavras de Mir antes da pausa de verão que mostram o otimismo do piloto para a segunda metade da temporada. “Bem, depois das férias de verão, temos que começar pela parte positiva em que estamos agora e tentar melhorar novamente quando chegarmos a Brno. Acho que é possível, ainda temos muitas coisas para melhorar, muitas coisas para aprender e veremos.”

Joan Mir em pista no Grande Prémio da Alemanha, onde conseguiu um dos seus melhores resultados até ao momento

Já coube a Mir o dever de pegar os únicos pontos da Suzuki em mais do que uma ocasião. O rumo que os dois pilotos vão tomar até ao final da temporada é uma incógnita e teremos de esperar pelo Grande Prémio da República Checa para ter uma ideia do que poderá vir a acontecer. Irá Rins regressar aos pódios? Conseguirá Mir discutir algum? Irão colocar-se os dois em destaque ou continuarão em sentidos opostos? Certo é que Alex Rins está com 101 pontos, menos 84 que Marquez e 20 que Petrucci, que acabou por ultrapassá-lo, em parte, como consequência das quedas que sofreu. Mir não é, de modo algum, uma ameaça para o campeonato, está em 13º lugar com 39 pontos. Porém, tal não significa, de modo algum, que não poderá continuar a lutar por melhores posições.

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Ana Rita Nunes
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