MotoGP: Relembre a primeira vitória de Marc Márquez no MotoGP
Numa carreira que se iniciou em 2008 no Mundial de 125cc, onde acabaria por conquistar o seu primeiro título mundial em 2010, Marc Márquez fez a sua estreia na categoria rainha em 2013, não podendo desejar melhor estreia. O piloto espanhol chegou e de imediato mostrou ao que vinha na segunda ronda da temporada, o GP das Américas, que a exemplo de Márquez também se estreava no Mundial. Conheça aqui a reportagem do Autsoport sobre o GP das Américas que terminou com a primeira vitória de Márquez e veja o vídeo com o resumo da corrida:
O Circuito das Américas, em Austin, é uma novidade do calendário do MotoGP, e foi o palco ideal para o jovem Marc Márquez, estreante no campeonato, conquistar a sua primeira vitória na categoria principal.
A prova do MotoGP no Grande Prémio das Américas vai ter o seu lugar na história da modalidade. Não só foi a primeira visita do campeonato à pista do Texas, como viu também a primeira vitória de Marc Márquez, que não só é um estreante no campeonato, como também bateu o recorde de Freddie Spencer como piloto mais jovem de sempre a ganhar uma corrida, com 20 anos e 63 dias de idade, menos 133 que o americano.
Como colega de equipa do consagrado Dani Pedrosa, numa das mais competitivas equipas da história do Mundial de Motociclismo (Repsol Honda), e no que foi apenas a sua segunda prova na categoria rainha, num circuito que não conhecia (mas também era novidade para todos) teria sido aceitável que Marc Márquez se sentisse ainda algo constrangido para poder lutar pela vitória. No entanto, o jovem espanhol começou por fazer a pole position e, embora tenha-se deixado passar no arranque, com um ligeiro erro, passou quase toda a prova a seguir a mesma trilha de Pedrosa, até que, à 13ª volta, a sua escolha de pneus médios para as duas rodas provou ser a mais acertada e Márquez não só fez uma manobra limpar para passar o seu colega como também começou a ganhar vantagem.
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Com a dobradinha da Honda garantida, Jorge Lorenzo acabou por completar o pódio, depois de ascender ao terceiro lugar na fase inicial da corrida. O piloto da Yamaha terminou bem isolado no terceiro lugar. Cal Crutchlow também não teve problemas na Yamaha da equipa francesa Tech 3, livrando-se de Stefan Bradle bem cedo. O jovem alemão da LCR Honda chegou a estar no segundo lugar durante algumas curvas, mas cedo cedeu aos ataques de Márquez, Lorenzo e Crutchlow. Pelo menos, Bradl nunca teve problemas para segurar o quinto posto, pois Valentino Rossi perdeu algum tempo nas voltas iniciais a segurar Álvaro Bautista, até que este cometeu um erro e cedeu o sétimo posto a Andrea Dovizioso. Quanto a Rossi, na volta de consagração fez questão de cumprimentar o seu ‘afilhado’ Márquez.
Aleix Espargarò, em 11º, foi o melhor das máquinas CRT, com a ART-Aprilia desenvolvida pela Aspar Team. O piloto espanhol teve uma grande vantagem sobre o seu colega Randy de Puniet, e esteve também bastante perto de conseguir o primeiro top 10 de um protótipo construído por uma equipa independente. Estas motos mais baratas podem não ser capazes de lutar diretamente com as motos de fábrica, mas são as responsáveis pelo tamanho saudável da grelha de partida desta temporada.
Classificação
Corrida: 1º Marc Márquez (Repsol Honda Team), 21 voltas em 43m42,123s; 2º Dani Pedrosa (Repsol Honda Team), a 1,534s; 3º Jorge Lorenzo (Yamaha Factory Racing), a 3,381s; 4º Cal Crutchlow (Monster Yamaha Tech 3), a 6,616s; 5º Stefan Bradl (LCR Honda MotoGP), a 12,674s; 6º Valentino Rossi (Yamaha Factory Team), a 16,615s; 7º Andrea Dovizioso (Ducati Team), a 22,374s; 8º Alvaro Bautista (Go&Fun Honda Gresini), a 22,854s.
Campeonato: 1º M. Márquez, 41 pontos; 2º J. Lorenzo, 41; 3º D. Pedrosa, 33; 4º V. Rossi, 30; 5º C. Crutchlow, 24; 6º A. Bautista, 18.
Este foi o primeiro de XX triunfos numa ano em que apesar de todo o brilhantismo e determinação de Lorenzo, Marc Márquez tomou o Mundial de assalto e conseguiu algo que poucos imaginavam ser possível: repetir o feito de Kenny Roberts no idos de 1978 e sagrar-se campeão da classe-rainha logo à primeira. É certo que a RC213V foi a moto mais consistente do campeonato mas as cinco vitórias, a coleção de recordes e a impressionante regularidade do ex-campeão do Moto2 da altura – só terminou fora do pódio em Mugello, quando caiu a poucas voltas do final e na desclassificação atípica na Austrália – foram a pedra de toque de uma época histórica. Além disso, o fabuloso talento natural do catalão começava a conquistar uma popularidade enorme, fruto de um estilo radical em cima da moto – cotovelo no chão, corpo fora da moto e inclinações ‘impossíveis’ – e uma agressividade nata que lhe valeu e ainda vale hoje em dia, algumas críticas dentro e fora do paddock. Na altura, com apenas 20 anos e com a poderosa Honda rendida ao seu talento, Márquez estava destinado a entrar na galeria dos ‘grandes’ do motociclismo. Já o fez há muito e continua a fazer…
Reportagem de Paulo Manuel Costa