MotoGP, Pol Espargaró: “Sorrio porque já passou, mas ainda choro muito em casa”
Pol Espargaró passou praticamente toda a primeira metade da época de 2023 fora de combate, a recuperar de uma lesão sofrida no primeiro dia da primeira prova do ano, em Portimão. O espanhol enalteceu o apoio da família durante o tempo que esteve em casa, dizendo que está ansioso por voltar.
“Agora sorrio porque já passou, mas ainda choro muito em casa, de dor e de tristeza, foi muito difícil lidar com esta situação. Foram os três meses mais difíceis da minha vida, tinha oito fraturas no total e algumas eram mais complicadas. Tinha dificuldades com a boca, que estava bloqueada, não conseguia comer durante quatro semanas, perdi muito peso. Tinha muitos problemas nos nervos e no pescoço, isso gerava muita dor, não conseguia dormir durante a noute. Quando tiraram os parafusos da boca, pude começar a falar e a comer, pude voltar a treinar, mas depois a dor voltava. Faz parte, estas coisas podem acontecer no MotoGP, vais muito rápido, é bonito, mas pode mudar num segundo. Estamos habituados a estas lesões, não tão grandes como a que tive, mas estive sempre a cair, a lesionar-me e a recuperar durante a minha carreira. Tenho sorte por ter a minha mulher e as minhas duas filhas, foram o meu apoio. Ajudaram-me a fazer coisas, sem a minha mulher, às vezes não conseguia sair da cama ou comer, precisava delas para sobreviver. Ajudaram-me com a minha saúde mental, os médicos disseram que eu não podia ir para Sachsenring, estava no sofá e comecei a chorar. Tinha a minha filha comigo e ela começou a agir comigo da mesma forma que eu ajo quando ela está a chorar. Por isso é que sobrevivi, é nestes momentos que precisas de alguém ao teu lado”, disse.
“As pessoas da KTM e da GASGAS ligaram-me de dia e de noite durante esses três meses, desde os mecânicos até ao chefe máximo da KTM, não posso pedir mais nada. Não sei fazer mais nada, sou piloto desde os três anos. Damos a nossa vida inteiramente a este desporto, se não fizermos isto, o que é que fazemos? Estou a recuperar bem, não vou ter problemas quando tudo estiver curado, vou poder voltar a conduzir a moto sem problemas e é isso que procuro. Estou a trabalhar para poder recuperar e voltar a conduzir o mais depressa possível”, referiu.