MotoGP, O que foi testado em Valência? Os destaques de cada construtor
Maverick Viñales terminou o teste de Valência na primeira posição, com a sua melhor volta em 1:29.253 minutos. Mas as maiores atenções estarão viradas para Marc Márquez, que completou o seu primeiro dia como piloto Ducati no quarto lugar, atrás de Brad Binder, segundo, e Marco Bezzecchi, terceiro. Aqui ficam os destaques de cada construtor no dia de hoje.
Na Aprilia, Aleix Espargaró foi forçado a falhar a maior parte do dia, com a lesão que sofreu no Qatar a piorar ao longo da sessão de testes. Isso fez com que Viñales tivesse a maior parte do trabalho. A Aprilia trouxe um novo braço oscilante para o teste e Raúl Fernández pôde testar a RS-GP de 2023 pela primeira vez, tendo passado grande parte do dia dentro do top-5 e chegado mesmo a liderar a sessão. Viñales e Fernández terminaram em primeiro e em quinto, respetivamente, com o primeiro a fazer 86 voltas (foi o piloto que mais rodou).
Em relação à KTM e à GASGAS, grande destaque para a estreia no MotoGP de Pedro Acosta, agora com o número 31 na sua moto. O espanhol teve motos RC16 de 2023 à sua disposição e chamou a atenção na estreia, terminando a apenas 1.2 segundos do líder. O único ponto negativo do dia do campeão de Moto2 foi uma pequena queda sofrida a cerca de meia hora do final. Quanto a Augusto Fernández, terminou em 14.º depois de fazer 72 voltas, enquanto o outro ponto de discussão do lado austríaco foi a moto utilizada por Jack Miller, com uma livery em forma de zebra. A KTM também tinha um novo pacote aerodinâmico e uma nova entrada de ar, e, depois de um grande save na curva 2, Miller conseguiu mesmo entrar no top-10, terminando em nono com 62 voltas efetuadas. Já Brad Binder terminou em segundo, com a sua melhor volta a surgir nos últimos dez minutos de sessão, mas, na volta seguinte, o sul-africano perdeu a frente na curva 5 e caiu, terminando da pior forma.
Na Ducati, a curiosidade maior estaria sempre em cima de Marc Márquez, que não perdeu tempo a mostrar o potencial da sua moto. O espanhol estava sorridente assim que regressou da sua primeira saída para falar com os seus engenheiros e os sinais em pista mostram porquê. Márquez passou para a frente com pouco mais de 90 minutos de sobra, com 250 milésimos de vantagem sobre a concorrência, antes de Viñales estabelecer a melhor volta do dia. Márquez efetuou 49 voltas e terminou a 171 milésimos de Viñales e a 78 de Bezzecchi, que foi terceiro classificado. Francesco Bagnaia testou um novo chassis, juntamente com o colega de equipa Enea Bastianini e o rival da última época Jorge Martín, com o piloto da Pramac a sofrer duas quedas. Foi também testado um novo motor, com Pecco a completar 51 voltas e a terminar em 11.º, com Bastianini em oitavo e Martín em 15.º. Bezzecchi teve um novo companheiro de equipa, Fabio Di Giannantonio, com ambos os italianos a testarem a especificação de 2023 pela primeira vez. Di Giannantonio focou-se no ritmo de corrida e estava satisfeito no final, tendo terminado na sétima posição, a quatro décimos do primeiro lugar. Álex Márquez tinha motos de 2023 e 2022 na sua garagem e disse no final que a moto de 2023 representava uma mudança maior do que o esperado em relação à versão anterior e havia uma boa melhoria em relação ao motor e à potência. Para além de Marc Márquez, Franco Morbidelli também se habituou à Ducati pela primeira vez, ocupando o lugar de Johann Zarco na Pramac. O italiano tinha uma cauda atualizada na moto, bem como um pacote aerodinâmico, completando 69 voltas e terminando em 16.º, com 1:30.206.
Passando para a Honda, começou uma nova era para os japoneses, já sem Marc Márquez e agora com Luca Marini, sendo que também há Johann Zarco na LCR. E Marini foi mesmo o primeiro a vir para a pista na sua RC213V de 2024. A nova Honda é uma moto completamente atualizada, com novo chassis, novo braço oscilante, nova aerodinâmica e novos escapes. Nas últimas duas horas do dia, Mir foi visto com uma aerodinâmica na traseira semelhante ao que foi visto na KTM em corridas recentes. Alberto Puig disse que Mir estava satisfeito com o progresso feito na nova moto, com uma sensação bastante diferente, para melhor, em relação à de 2023. Mir também trabalhou com Santi Hernández, antigo chefe de equipa de Marc Márquez, pela primeira vez. Zarco tinha uma moto de 2024 e outra de 2023 à sua disposição, com o francês a terminar em 17.º, a um segundo do topo, depois de 61 voltas, tendo caído na curva 4 numa delas. Takaaki Nakagami completou 63 voltas e terminou em 21.º.
Na Yamaha, Álex Rins juntou-se a Fabio Quartararo pela primeira vez na garagem da marca nipónica, com ambos a trabalharem com os escapes mais longos. O piloto de testes Cal Crutchlow também esteve na sessão, com o britânico a ser visto com um novo chassis. Maio Meregalli também disse que Quartararo e Rins testaram uma versão atualizada do motor de 2024 que foi testado em Misano. No que toca aos resultados, Quartararo foi 12.º depois de completar 63 voltas, com Rins e Crutchlow em 19.º e 20.º respetivamente (54 voltas para Rins, 74 para Crutchlow). O britânico disse que houve aspetos positivos e negativos e deu a ideia de que pode aparecer três vezes na próxima época como wild-card.