MotoGP, Miguel Oliveira: “Não acho que as corridas sprint sejam a causa dos acidentes”
Apesar de ter sofrido várias lesões ao longo da temporada de 2023, o piloto da RNF Aprilia, Miguel Oliveira, está confiante de que o novo formato do MotoGP não é o culpado pelo aumento do número de quedas.
A temporada de MotoGP tem originado um invulgar número de lesões, como não há memória recente. Só os primeiros oito GP’s, originaram 116 quedas entre os pilotos da categoria rainha, com 13 dos 22 pilotos regulares a sofrerem lesões.
Um dos mais afectados foi Miguel Oliveira que mudou para a RNF Aprilia em 2023.Na ronda inaugural de Portimão, o estreante da Aprilia foi abalroado por Marc Márquez, na qual lesionou os tendões dos rotadores externos da perna direita. Houve também uma luxação do ombro com fractura da parte superior do braço e lesão de ligamentos após a colisão com Fabio Quartararo (Yamaha) em Jerez. Miguel Oliveira esteve por isso ausente dos fins de semana na Argentina e em Le Mans. E também não teve muita sorte nas outras corridas: em Mugello voltou a cair sobre o ombro esquerdo durante o treino em Sachsenring, o que atrasou o processo de recuperação e em Assen teve de desistir da corrida devido a um problema de travão na Aprilia.
Entretanto, cada vez mais vozes se levantam de que os muitos acidentes e lesões se devem ao novo formato do MotoGP com a luta por um lugar na Q2 na primeira sessão de treinos e no sprint de sábado. No entanto, o piloto da Aprilia não vê nenhuma evidência disso.
“Analiso cada uma das minhas quedas, inclusive as duas vezes em que me lesionei. Não vi nada que fosse responsabilidade do formato. Por isso não acho que se possa culpar as corridas de sprint como a causa dos acidentes”. Disse Miguel Oliveira ao site alemão Speedweek.
“A maioria dos acidentes acontecem durante as corridas de domingo. A única coisa visível é que o sprint dá a cada piloto uma ideia de qual direção deve seguir no domingo. Isso pode gerar muita empolgação e inquietação nas primeiras voltas. Mas não é esse o motivo dos acidentes. Eu gosto do novo sistema.” Completou.
“Sou apenas parte do sistema e tenho que me adaptar”
O piloto português de 28 anos, desconfia que é o alto nível de desenvolvimento das motos que leva aos acidentes frequentes, principalmente nas primeiras voltas da corrida: “Temos os dispositivos que levam as nossas motos a um nível semelhante. Somos todos muito rápidos, então em cada partida dificilmente se pode fazer a diferença. Todos estamos muito próximos, então algumas quedas são apenas azar.”
“Muita coisa já aconteceu nas corridas anteriores. Mas acho que precisamos de toda a temporada para ter uma ideia de como as duas corridas de fim de semana nos estão a afectar. Claro que seria mais tranquilo não ter que lutar por uma vaga no Q2 logo no primeiro treino. Mas isso é o mesmo para todos, então não vejo necessidade de mudar o formato para 2024.
Sou apenas parte do sistema e tenho que me adaptar. Só temos duas opções. Ou nos sentamos no sofá, choramos e arrependemo-nos do que aconteceu, ou seguimos com o nosso trabalho e olhamos positivamente para o futuro. É o que vou fazer isso. Fui rápido e competitivo, isso é o que conta.” Conclui Miguel Oliveira, ansioso pelo recomeço da temporada no fim de semana de 4 a 6 de Agosto em Silverstone, no GP do Reino Unido.