MotoGP, Miguel Oliveira – fica melhor na Ducati Gresini do que na KTM?

Por a 5 Junho 2022 16:00

Está a ser dada como certa a ida de Miguel Oliveira para a Gresini em 2023. A confirmar-se, o piloto português vai colocar fim a uma ligação já duradoura com a KTM, de seis anos consecutivos, em que passou pelo Moto3, Moto2 e agora MotoGP. Mas o que dizer desta transferência? Positiva ou negativa? À partida, vejo mais pontos positivos.

Se olharmos para a KTM este ano, vemos uma equipa que começou claramente bem, com resultados muito positivos nas duas primeiras rondas (segundo lugar de Brad Binder no Qatar, vitória de Miguel Oliveira na Indonésia). Contudo, com o passar do tempo, a situação do campeonato foi ficando mais definida e percebeu-se que a KTM não era assim tão competitiva como se previa. As qualificações deram quase sempre resultados modestos, com os pilotos a conseguirem, ainda assim, subir posições na maior parte das corridas.

Por comparação, a Ducati parece ser o melhor sítio para estar neste momento. As quatro equipas com motores Ducati (Ducati, Pramac, Gresini e VR46) já tiveram todas os seus momentos altos esta temporada. Hoje, ambos os pilotos da Pramac subiram ao pódio (e já tiveram pódios em outras corridas desta temporada; na VR46, Marco Bezzecchi e Luca Marini qualificaram-se em segundo e terceiro para o Grande Prémio de Itália, atrás de Fabio Di Giannantonio, rookie da Gresini; também na Gresini, Enea Bastianini já venceu três corridas este ano; e na Ducati, Pecco Bagnaia tem estado a subir de forma, e Jack Miller, pese embora algumas corridas discretas, também já alcançou pódios.

E embora a Gresini tenha tido uma corrida particularmente desastrosa hoje (ambos os pilotos caíram na mesma volta, em curvas diferentes), a moto parece ter bastante mais potencial para conseguir resultados interessantes do que a KTM. Se juntarmos a isto as próprias qualidades de Miguel Oliveira, que tem feito quase sempre corridas ascendentes na KTM, o potencial é grande, quer para a equipa, quer para o piloto.

Nenhuma das partes se pronunciou oficialmente sobre o negócio, embora Paolo Ciabatti, diretor desportivo da Ducati, já tenha admitido que Jack Miller está de saída, com o australiano a ser falado para a KTM, o que poderia precipitar tudo o resto. E, por tudo aquilo que referi, a mudança de ares pode ser bastante positiva para o piloto português.

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Bernardo Figueiredo
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TDNM
TDNM
2 anos atrás

Não é por acaso que quando se fala em Ducati, a Gresini vem sempre em “último”.
Para mim, estar fora de equipas de fábrica e, no limite, a Pramac (que considero ser a única equipa satélite “autorizada” a lutar por um título) é o fim para o Miguel. Ele sabe isso tão bem…
Com 27, sair das de fábrica, só fazendo algo absolutamente estrondoso para o ano, podendo aspirar ao ligar do Morbidelli.
A KTM está perdida, e a entrada do novo diretor não ajudou, parece que ainda causou mais desiquilíbrios. A mota tem uma janela de operação mínima, em que basta qualquer alteração das condições de pista para deixar de funcionar.
Fala-se na RNF. Este ano a Aprilia está MT forte mas para o ano não tem concessões e, ou eles são muito certeiros no que escolhem, ou pode acontecer o que aconteceu à Suzuki e à KTM qd perderam as concessões.
Por isso, caso a ida à Gresini com o Ciabatti signifique contrato com a Ducati Corse e mota Gresini, diria que sim. Para o ano correr com uma GP23 pode significar vitórias, pódios, prestígio, coisa que neste momento, na KTM só está a perder para um piloto sem dúvida inferior em quase tudo menos no “Sunday Boost”. Vá-se lá saber quem lho dá…
Dentro do possível Ducati sem dúvida.
Abraço.

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