MotoGP: Marc Márquez, um título merecido

Por a 18 Outubro 2016 09:09

A madrugada do último domingo em Portugal trouxe a consagração do novo campeão do Mundo de MotoGP. De seu nome Marc Márquez. O piloto da Honda selou a conquista do seu terceiro título mundial na classe rainha após vencer de forma categórica o GP do Japão e de aproveitar da melhor forma a hecatombe da Yamaha, que viu Jorge Lorenzo e Valentino Rossi abandonarem devido a quedas.

O traçado de Motegi assistiu ao coroar de uma época perfeita por parte do piloto espanhol pelo que este título não merece qualquer contestação. Depois do ano passado ter ficado muito cedo fora da luta pelo campeonato, devido às muitas quedas que sofreu, esta época Marc Márquez apareceu em cena numa versão madura, até aqui uma faceta nunca exibida – demonstrando como o próprio afirmou que aprendeu a dura lição do ano anterior. Atacar no momento certo e saber jogar à defesa quando necessário foi o principal ingrediente receita deste saboroso título. Em alguma ocasiões vimos o piloto da Honda a festejar segundos lugares como se fossem vitórias, o que denota a mudança de mentalidade e todo o trabalho psicológico que foi feito na abordagem a esta temporada.

Apenas no GP da Grâ-Bretanha assistimos ao regresso do Márquez de 2015, envolvendo-se em intensas lutas com Valentino Rossi e Cal Crutchlow, que por muito pouco não terminaram da pior forma.

A prova de que Marc Márquez está mais maduro é também visível no facto do piloto espanhol ser o único dos homens que luta pelo título, que até ao momento pontuou nos 15 Grandes Prémios já realizados. Nem mesmo no GP de França quando sofreu uma queda, Márquez deitou a toalha ao chão. Mesmo com a sua RC213V danificada, o espanhol regressou à corrida e ainda terminou no 13º lugar somando dois pontos. A isto juntam-se cinco vitórias e 11 pódios em 15 corridas, números que refletem uma extraordinária consistência que acabou por colher os seus frutos.

Quanto aos derrotados, Valentino Rossi e Jorge Lorenzo, apenas se podem queixar de si próprios. Rossi já não vence desde a sétima ronda, o GP da Catalunha, e os três abandonos nas primeiras oito corridas da época acabaram por ser determinantes para este desfecho. No fundo o lendário o piloto italiano acabou por enfrentar os mesmos problemas de Marc Márquez em 2015. A queda em Motegi foi o xeque-mate.

Já o antigo campeão do Mundo, Jorge Lorenzo, até começou o ano da melhor forma ao vencer o GP do Qatar. O piloto da Yamaha liderava o campeonato ao final de seis rondas, no entanto o que se seguiu deitou por terra qualquer hipótese de revalidar o título.

O abandono no GP da Catalunha e os problemas sentidos no miolo do campeonato, nomeadamente nas corridas realizadas com o piso molhado, deixaram Lorenzo muito longe do primeiro lugar do campeonato. Entre a sétima e a 11º ronda, o futuro piloto da Ducati apenas somou 26 pontos, o que é muito pouco para quem quer ser campeão do Mundo.

Perante estes factos não há como fugir à justiça do título Marc Márquez, que aconteceu a três rondas do final da presente época.

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Alexandre Melo
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