MotoGP, Marc Márquez: “Não queria perder mais um ano”

Por a 12 Outubro 2023 15:49

Marc Márquez tinha marcado uma conferência de imprensa para esta quinta-feira, onde de antemão, o espanhol já sabia que ia explicar a sua tomada de decisão de assinar com a Gresini.  

Depois de muitas semanas de palavras, dúvidas e imprecisões, Marc Márquez definiu o seu futuro. Na verdade, o rompimento com a Honda foi seguido – hoje – pelo anúncio da sua chegada à equipa Gresini, uma mudança que certamente marca uma mudança signficativa na história recente do MotoGP. Márquez diz que só decidiu deixar a Honda na terça-feira, depois do GP do Japão.

“Foi uma decisão muito difícil, a mais difícil da minha carreira. Romper uma relação como a que tenho com a Honda não é fácil, tanto que a semana passada foi complicado emocionalmente, mas às vezes é preciso sair da zona de conforto. Nos últimos 4 anos sofri, precisava de uma mudança para voltar a me divertir, pois quero continuar a correr por muitos anos. A Gresini é uma família com uma excelente moto e já demonstrou o seu potencial tanto com o Bastianini como com o meu irmão. O mais importante, porém, é voltar a sorrir sob o capacete”. Começou por dizer o oito vezes campeão mundial que espera rodar com a Ducati da Gresini  em Valência.

“Falei com o meu irmão mas mais sobre a equipa do que sobre a moto, até porque cada piloto tem o seu estilo. Sou o único que sabe do que preciso. Parece que será possível rodar com a Ducati em Valência, mas ainda estamos a falar sobre isso.”

Outro ponto importante a esclarecer está ligado à equipa, com Marc a não parecer disposto a fazer revoluções dentro da sua nova equipa.

“Ainda estamos em negociações sobre a questão da equipa, visto que só hoje assinei com a Gresini, depois de deixar essa indicação há poucos dias. Conversar com os membros da minha equipa foi muito útil , conversamos como amigos: espero poder trazer pelo menos um mecânico, mas não quero trazer a minha equipa, pois não quero destruir nem a equipe Honda nem a Gresini. Eu fiz a escolha e tenho que me adaptar”.

O espanhol volta então a falar sobre como foi tomada a sua decisão.

“Tirar um ano de folga era uma das possibilidades. Correr sem diversão não faria sentido e também não podia perder mais um ano. Quero lutar no presente, os resultados passados ​​não importam. Não quero revelar os outros planos por respeito aos atores envolvidos: a Gresini fez uma aposta esperando por mim, enquanto eu disse à Honda que um atleta não tem o mesmo tempo que um fabricante. Agora quero terminar bem com o meu atual fabricante, então veremos o que o futuro reserva para mim”.

Um contrato de um ano como Márquez pretendia…

“Um contrato de um ano era a única opção para mim, dado que quando estamos num momento difícil, começamos a ter também dúvidas sobre nós próprios. Sempre disse que se não me divertivesse não adiantaria ficar, então optei por voltar para uma equipe conhecida, com uma boa moto. Depois de 11 anos com a mesma moto não será fácil mudar, mas procuro a motivação certa. O facto de muitas vezes ter sido a melhor Honda dá-me confiança, mas haverá muitos elementos novos para mim.”

Não é um adeus à Honda mas um ‘até breve’

“Na primeira parte do ano fui competitivo com a Honda, mas assumi muitos riscos. Agora estou a arriscar menos, até porque tive que lidar com algumas lesões que me ensinaram a ter paciência. Poderia ter ficado na Honda com um grande salário, mas precisava de um novo desafio e a Gresini é o lugar certo. Do lado de fora parecia que eu estava a jogar, mas na realidade as coisas mudavam a cada semana. Em Misano pensei 90% em continuar com a Honda, mesmo depois do teste, mas as coisas mudaram. Na terça-feira decidi o que fazer. Com a Honda não é um adeus, mas um ‘até breve’.”

Para Marc e Alex Márquez este será um reencontro em 2024, uma vez que competiram como companheiros de equipa no Campeonato do Mundo de MotoGP pela Repsol Honda em 2020. Mas naquela época, Pol Espargaró conseguiu um contrato de dois anos para 2021 e 2022 antes do início da temporada… Alex foi transferido da HRC para a equipa LCR Honda e separou-se dos japoneses no final de 2022. 

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Ricardo Ferreira
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