MotoGP: Manuel Poggiali, o bicampeão mundial que se tornou ‘coach’ de pilotos

Por a 30 Março 2024 13:43

O que um ‘coach’ de pilotos faz? E porque é que Manuel Poggiali deixou a Gresini no momento em que Marc Márquez chegou?

Manuel Poggiali deixou o cargo de treinador de pilotos da Gresini, assim que Marc Márquez entrou na equipa. O italiano que foi campeão da categoria de 125cc em 2001 e venceu a categoria 250cc em 2003, tem hoje 41 anos e exerce o cargo de ‘coach’ de pilotos, mas desistiu da oportunidade que muitos desejavam – supervisionar o ano de estreia de Márquez numa Ducati. Em vez disso, Poggiali mudou-se para a equipa de fábrica da Ducati para atuar como treinador de pilotos.

“Sinceramente, quando recebi a chamada de Gigi Dall’Igna, que conheço desde os tempos da Aprilia, mesmo sem ter trabalhado juntos, alguém que eu respeito, que todos conhecem e que tem carisma, foi difícil para mim não aceitar o seu convite”,  disse Poggiali à Sky Sports.

Em seguida, o italiano explicou o trabalho de um ‘coach’ de pilotos no MotoGP: “No meu caso, trabalhando na lateral da pista, tento ver quais são os problemas críticos mais importantes que os nossos pilotos têm e compreender melhor o que está a acontecer. Muito também vem do trabalho que fazemos em casa. Cada piloto é diferente, tem a sua história, as suas características, as suas dificuldades e os seus pontos fortes. Numa pista onde um piloto nunca venceu ou sempre esteve em dificuldades, muito provavelmente será uma das difíceis, por isso procuro observar o que acontece para tentar encontrar conselhos, ideias diferentes para melhorar a performance. Juntos analisamos com o apoio de toda a equipa e tentamos encontrar a solução para otimizar tudo ao máximo.”

Poggiali trabalha ao lado de Pecco Bagnaia e Enea Bastianini este ano, enquanto na temporada passada com a Gresini, ajudou Fabio di Giannantonio e Alex Marquez.

“O Fabio sempre teve grandes qualidades. O MotoGP é a categoria mais difícil e complicada do campeonato do mundo e a jornada dele talvez tenha sido um pouco mais longa que a dos outros, mas faz parte do jogo. O primeiro ano de MotoGP, salvo raras excepções, é difícil para todos, apesar dele ter conseguido a pole em Mugello. Foi uma jornada que o levou a amadurecer, a entender o que fazer na pista, a administrar muitas coisas, pneus, asfalto, pistas… Desejo-lhe muito sucesso também com a equipa VR46 porque gosto dele: ele venceu a primeira corrida na Moto3 comigo como treinador em 2018 em Brno; tive a sorte de também estar ao lado dele no primeiro sucesso na Moto2 em Jerez 2021 e o ano passado no MotoGP no Qatar. Acompanhei praticamente toda a sua trajetória no mundial, sendo a sua referência de ‘pista’. Tenho uma relação especial com ele e desejo-lhe o melhor.” Concluiu Manuel Poggiali.

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Ricardo Ferreira
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