MotoGP: Lembra-se de Wayne ‘Mr. Perfect’ Rainey

Por a 11 Dezembro 2016 15:55

Nos finais da década de 80 e inícios de 90, o Mundial de Motociclismo teve a sua era dourada no que toca ao plantel de pilotos. Na grelha das 500cc estavam Eddie Lawson, Freddie Spencer, Wayne Gardner, John Kocinski, Michael Doohan, Kevin Schwantz e  Wayne Rainey.

Rainey agora com  56 anos de idade conquistou três títulos mundiais de 500cc e travou um duelo de grandes dimensões com Kevin Schwantz.

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Alias, Rainey e Schwantz tinham estilos diametralmente… opostos e também por isso apaixonaram multidões com duelos épicos que seriam transplantados das Superbikes para o Mundial de 500cc. Ao contrário do imprevisível (e apaixonante) Schwantz, Rainey tinha um estilo suave, de trajectórias “limpas” e uma regularidade que o conduziu a três títulos mundiais consecutivos (de 1990 a 92). Antes disso, o californiano tinha sido piloto oficial da Kawasaki nas AMA Superbikes, onde foi companheiro do campeão Lawson em 82, antes de se sagrar ele próprio campeão em 83 e em 87. Foi nesta última época que começou a saga de memoráveis batalhas com o jovem Kevin Schwantz . Na época seguinte, ambos emigraram para o Mundial de 500cc, embora, e como sempre, para destinos opostos – Rainey para a equipa de Kenny Roberts (com quem já tinha estado uma época nas 250cc) e Schwantz para a Suzuki.

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A primeira época com a Yamaha YZR500 deu a Rainey um inesperado terceiro lugar no campeonato, para no ano seguinte subir logo a vice-campeão, fruto de três vitórias e de uma regularidade crescente. Era o epílogo da verdadeira “explosão”. Nos três anos seguintes, Rainey e a Yamaha tornaram-se a maior força do Mundial de motociclismo ao amealharem grande parte das 24 vitórias e 65 pódios que o americano conseguiu em seis épocas nas 500cc.

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O quarto ceptro estava a caminho quando o destino insistiu em mostrar que, afinal, Rainey era humano. Estávamos em 1993, no Grande Prémio de Itália, em Misano, com a Yamaha número 1 a comandar uma corrida… “à Rainey”: depois ter passado para a frente, o tricampeão afastava-se lenta e implacavelmente dos seus incrédulos perseguidores, no caso Luca Cadalora e Schwantz. Nada fazia prever a fatídica queda que atirou Rainey para uma escapatória de gravilha ondulada (pensada para corridas de automóveis) que acabaria por lhe fracturar a coluna e provocar lesões irreversíveis. As imagens mostravam o americano deitado no chão, a sinalizar aos paramédicos que não conseguia mexer-se. Paralisado do peito para baixo, para sempre.

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Um ano mais tarde, depois de conversas com Frank Williams, Rainey regressou ao Mundial como manager da sua própria equipa. Retirou-se em definitivo em 1998 e hoje participa em corridas com um kart adaptado, uma prenda do eterno amigo Eddie Lawson.

Carreira de Wayne Rainey em números

GP’s: 95

Pódios: 65

Vitórias: 24

Primeiro GP: Nações, 1984 (250cc)

Títulos mundiais: 3 (500cc, 1990-92)

Primeira vitória: Grã-Bretanha, 1988

Última vitória: Rep. Checa, 1993

Equipa: Yamaha Bicampeão

AMA Superbikes (1983 e 87)

 

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Virgílio Machado
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