MotoGP, Franco Morbidelli (11º.): “É preciso mais respeito uns pelos outros”
Na corrida sprint o ítalo-brasileiro conseguiu melhorar do 15º lugar na grelha para o 11º lugar no sprint. Isto fez dele o melhor piloto com uma moto japonesa, atrás de sete Ducati e duas KTM, antes da sua 100ª largada no MotoGP no domingo. Confirmado para o ano na Pramac, após a corrida, o ainda piloto da Yamaha fez uma reflexão sobre o respeito que os pilotos de MotoGP têm uns pelos outros.
“Até há poucos anos atrás, os pilotos tinham mais respeito uns pelos outros na pista”, refletiu Franco Morbidelli. “Só nas últimas três voltas da corrida é que atacávamos totalmente, mas hoje é uma luta deste o primeiro round na sexta. A pressão é tão grande, os pilotos muitas vezes estão tão próximos uns dos outros que os outros pilotos já não são apenas adversários, mas quase inimigos. É assim que funciona o MotoGP hoje. Foi assim que o jogo se desenvolveu e temos que jogar de acordo com essas regras.” Referiu aquele que foi e ainda é um dos ‘alunos’ mais brilhantes da Academia VR46 de Valentino Rossi.
Às críticas nem o francês Fabio Quartararo escapou. No treino livre da tarde de sexta-feira, o seu companheiro de equipa francês, queixou-se que foi prejudicado por ter apanhado Morbidelli na linha ideal em marcha lenta, e ‘El Diablo’ mostrou o seu desagrado com gestos próprios dos muito jovens pilotos de Moto3. “Não o percebi. Definitivamente eu não o estava a atrapalhar até porque já estava a dirigir-me para fora da linha para não atrapalhar.”
Outro aspecto abordado pelo italiano é a questão do respeito mútuo, particularmente no vício do slipstreaming que é galopante em Sepang. Dadas as longas retas, Marc Márquez tentou proveitar a aspiração do italiano para ganhar velocidade, e Morbidelli foi uma das suas vítimas, mas o italiano deixou o #93 sem boleia… “Durante o Q1 ‘puxei-o’ durante algum tempo, mas quando ele tentou novamente pela segunda vez, diminuí a velocidade”, admitiu o piloto da Yamaha. “É claro que isso lhe custou a passagem para o Q2, mas a verdade é que eu também acabei prejudida. Esse foi um erro meu, esperava que o meu tempo fosse suficiente.” Reconheceu Morbido.
“Isto também tem a ver com respeito. Se um piloto não quer puxar por outro na sua aspiração, o Marc deveria reconhecer isso e deixar isso para trás.” As Yamahas – especialmente Fabio Quartararo – tiveram um desempenho significativamente melhor no treino do que no sprint. “Isso é verdade”, concordou Morbidelli. “Se conduzirmos livremente, conseguimos ser rápidos, mas assim que estamos em grupo, os pneus sobreaquecem, o comportamento da direção fica piora e deixamos de poder ultrapassar”. Concluiu o italo-brasileiro.