MotoGP, Francesco Bagnaia: “Adoro ser comparado a Verstappen”
Bagnaia está no seu melhor no MotoGP. Nem depois de conquistar o título de 2022 ele foi tão elogiado. O seu domínio é até comparável ao de Max Verstappen na F1. No entanto o ‘1’ da Ducati não muda na sua seriedade, formalidade e modéstia. Essas são as suas armas para conquistar um segundo título que parece próximo.
Pecco deu uma longa entrevista ao jornal espanhol Marca, onde avalia o momento atual do MotoGP e as suas expectativas para a segunda metade do mundial. Aqui fica um excerto do que disse o discreto italiano de 26 anos de Turim, que em todas as provas de MotoGP é acompanhado pela sua irmã Carola Bagnaia.
“O que tento fazer é ser perfeito durante o fim de semana, trabalhando duro para me preparar perfeitamente para a corrida. E aí, na corrida, é só dar o meu melhor. Claro que os pilotos sabem do potencial que temos, conhecem o potencial da minha moto e do meu. É verdade que em termos de potencial a minha moto é talvez a melhor, ou a melhor, mas outros sete pilotos têm mais ou menos a mesma moto.”
Questionado sobre as comparações que são feitas entre ele e Max Verstappen na F1, será que Pecco considera issso uma comparação justa?
“É algo grande, eu adoro isso. Adoro o Max Verstappen e sou um grande fã do Lewis Hamilton. Honestamente, ele é o seu rival, mas adoro que Lewis sempre precise e queira mais. Max, neste momento, é o mais rápido, ele tem uma sensação especial com o carro e é mais ou menos a mesma sensação que eu tenho com a minha moto. Mas acho que ele faz mais diferença em comparação a mim. Ele tem um companheiro com o mesmo carro; eu, sete! Às vezes eles conseguem me vencer com a minha própria moto. Mas o Max está imbatível, parece de outro mundo.”
“É muito difícil comparar os dois campeonatos, porque o nível dos carros lá é muito superior ao aqui no MotoGP. Aqui temos todos, mais ou menos, o mesmo nível de moto, cada uma com as suas características. O que faz mais diferença é a consistência na hora de estar à frente. Sou sempre o piloto que está na frente em luta com os outros. Na F1, o Max está sozinho no topo. Não há outro lá. Perdi em Sachsenring, em Silverstone… Ainda tenho que melhorar. Demos um passo em frente na Áustria. Lá vencemos as corridas por cinco segundos, algo muito difícil agora no MotoGP. Se continuarmos assim, talvez cheguemos ao nível do Max, mas neste momento não me vejo assim.” Acrescenta Pecco.
O facto de existirem outras sete Ducatis dará mais mérito ao que alcança Pecco…
“Para mim sim, porque eles têm, mais ou menos, as mesmas chances que eu de vencer. A moto nova e a antiga têm a mesma velocidade máxima.”
Jorge Martín e Bezzecchi serão de facto os seus únicos rivais para o título?
“Claro que o Jorge e o Marco são muito talentosos. Mas também há o Brad Binder, que é o mais agressivo, o mais difícil de vencer quando luto com ele. Conheço perfeitamente a força do Marco na luta ou a precisão do Jorge. São três grandes rivais, cada um com o seu estilo. Mas se eu tivesse que dizer apenas um, neste momento, eu diria ‘Bez’, por causa de sua velocidade, resultados e corridas.”
Questionado pela Marca sobre o que sente quando vê Marc Márquez ou Quartararo em dificuldades, Bagnaia respondeu:
“Certamente este não é um momento fácil para eles. O Marc esteve quase sempre na primeira fila, a lutar pelo ‘top 5’, a arriscar muito, a cair muito e é claro que em Sachsenring algo mudou na sua mentalidade. Este não é o verdadeiro Marc, isso é claro para todos. É difícil para o Fábio, mas não sei qual é a mentalidade dele em relação a esses resultados.”
Será que Pecco vê o campeonato como ‘favas contadas’, e o que diz o campeão do mundo aqueles que o consideram favorito só porque conduz uma Ducati?
“Sinceramente, não penso nisso. Sempre vou com tudo porque a sensação de vitória é algo que preciso, que quero. É verdade que tenho 62 pontos de vantagem, mas não quero pensar nisso. Quero aproveitar e a melhor forma de fazer isso é lutar para vencer, quero continuar assim.”