MotoGP: Ducati e Andrea Dovizioso em completo estado de graça
No início de cada época em MotoGP a Ducati é sempre apontada como uma das grandes favoritas à conquista do título mundial seja de pilotos ou construtores. No entanto não é menos verdade que à excepção da temporada de 2007, em que Casey Stoner conquistou o título, as coisas nem sempre correram bem apesar de pelas boxes da estrutura de Borgo Panigale já terem passado pilotos como Marco Melandri, Nicky Hayden, Valentino Rossi e agora Jorge Lorenzo.
A mítica marca italiana parece viver num clima do ‘para o ano é que é’, mas a verdade é que esse ano quem sabe pode ter chegado. Volvidos que estão oito Grandes Prémios da temporada de 2017, Andrea Dovizioso lidera, pode-se dizer de forma inesperada, o campeonato. Para ver tal situação semelhante é preciso recuar até ao GP de Itália de 2009 onde Casey Stoner, quem mais poderia ser, saiu do circuito de Mugello na frente do campeonato tendo em mãos uma Ducati GP9.
À semelhança do australiano, Andrea Dovizioso parece conhecer como ninguém os segredos da difícil moto transalpina, que já está aos comandos desde 2013, e os resultados estão à vista. Pela primeira vez desde que está em MotoGP, ‘Dovi’ já venceu duas provas na mesma época e perfila-se como um candidato ao título. Para além do bom desempenho de Andrea Dovizioso é imperativo também referir os excelentes resultados de Danilo Petrucci, dois pódios nas últimas três corridas, ao comando de uma Desmosedici GP18, mas da privada Pramac Racing.
Toda esta situação torna-se ainda mais inesperada, pois surge no ano em que a estrutura de Borgo Panigale apostou na contratação do tricampeão do mundo, Jorge Lorenzo, para regressar aos títulos. Mas a verdade é que a temporada do piloto espanhol tem sido marcada pelas já esperadas muitas dificuldades de adaptação à Desmosedici GP17 e consequentmente em rodar junto das primeiras posições. Ontem no GP da Holanda Lorenzo voltou a viver novo momento de desilusão ao ser apenas 15º a uma volta do vencedor e antigo companheiro de equipa na Yamaha, Valentino Rossi.
Coisas das corridas, mas que certamente devem colocar algumas questões bem interessantes nas cabeças de Claudio Domenicali, Gigi Dall’Igna, Davide Tardozzi e Paolo Ciabatti, os altos responsáveis da Ducati Corse.