MotoGP: Do sucesso de Martin ao inferno de Márquez na Alemanha
A batalha entre Ducati’s pelo título de MotoGP de 2023 intensificou-se este fim-de-semana quando Jorge Martin colocou termo a um longo período de dois anos sem vitórias para derrotar o atual campeão mundial Francesco Bagnaia. Saschsenring foi também um pesadelo para Marc Marquez no seu tradicional ‘campo de caça’ que pode vir a ter repercusões.
Do lado positivo, Martin mostrou-se como uma verdadeira ameaça ao título de MotoGP com uma dupla vitória no Grande Prémio da Alemanha. O piloto da Pramac Ducati não vencia um Grande Prémio desde a Estíria em 2021, mas finalmente somou 25 pontos depois de bater Francesco Bagnaia numa disputa emocionante. Uma vitória no sprint significou que Martin deixou a Alemanha com uma soma máxima de 37 pontos, e agora está apenas 16 atrás de Bagnaia na classificação do campeonato. Do lado negativo, que mais polémica e discusões acendeu o fim-de-semana de miséria de Marc Márquez, que sofreu cinco quedas na sua Honda, a última das quais no Warm-up que o forçou a desistir do Grande Prémio. Isto faz-me lembrar um velho provérbio: Quando a cabeça não tem juizo, o corpo é que paga! Consequência disto, um novo ponto baixo no relacionamento Honda / Marquez, provavelmente sim.
Ponto de viragem?
O Grande Prémio da Alemanha de 2023 parece um ponto de viragem na relação Márquez/Honda com a parceria que rendeu 59 vitórias e seis títulos mundiais agora a parecer estar por um fio. A actual RC213V está a conquistar rapidamente a reputação de quebra-ossos, com Alex Rins a fracturar a perna numa queda em Mugello, Joan Mir a sofrer fracturas na mão e Márquez a fracturar o polegar na Alemanha.
A determinação de Márquez continua inabalável
O que não deve ser esquecido no meio a todas as falhas e miséria geral da situação de Marquez é que a sua determinação não vacilou. Pondo de lado a sua queda final, que Nakagami disse ser difícil de explicar por tê-lo seguido naquele momento do aquecimento, cada uma delas aconteceu quando tentava tirar o máximo da sua moto e de si próprio. Mas afinal, não é para isso que um piloto corre? A sua queda no FP2, que resultou numa guerra de palavras com Johann Zarco depois que o eliminou, ocorreu enquanto ele tentava definir um tempo de volta para ir direto para o Q2. As três quedas de Márquez na qualificação foram o resultado de ele tentar primeiro sair do Q1 e depois puxar para sétimo na grelha.
Cinco quedas num fim de semana em que se esperava que Márquez resolvesse os problemas da Honda por um breve período e fizesse o que sempre faz em Sachsenring (11 vezes, na verdade) – vencer – não era o que todos esperavam. O fato de o melhor que conseguiu ter sido um 11º no sprint onde rodou até ao limite da Honda, diz tudo sobre o quanto má é a moto e por que Márquez já caiu tanto nesta temporada.
Os elogios de Fabio Quartararo
“Para mim, ele é o melhor, o Marc dá os 100% o tempo todo. Ele é mentalmente um dos mais fortes, e chegou um momento em que se lesionou. Fracturou o polegar esta manhã, então posso entender que ele está a esforçar-se ao máximo. Pode parecer estranho eu dizer isto, mas dou-lhe os parabéns pelo que está a fazer.”