MotoGP, Como está a luta pelo título a nove corridas do fim?
O MotoGP está de regresso na próxima semana, e, uma vez que já olhámos para a situação das respetivas lutas pelo título no Moto3 e Moto2, falta fazê-lo no MotoGP. E o Grande Prémio dos Países Baixos veio alterar um pouco as coisas. Depois da terceira vitória do ano em Sachsenring, Fabio Quartararo (Yamaha) desfrutava de uma vantagem de 34 pontos sobre Aleix Espargaró (Aprilia).
Contudo, a queda na curva cinco e a recuperação posterior de Espargaró faz com que a vantagem do francês seja agora de 21 pontos. Francesco Bagnaia (Ducati), vencedor em Assen (também ele com a terceira vitória da época), está a 66 pontos de Quartararo, com Johann Zarco (Pramac) no terceiro lugar do campeonato, a 58 pontos.
Por isso, quando os pilotos entrarem em Silverstone, sabem que o cenário não estará tão tranquilo para o campeão. O espanhol tinha batido Quartararo em França para ficar com o último lugar no pódio, mas, a partir daí, só tinha dado Quartararo. El Diablo foi segundo em Itália e venceu os Grandes Prémios da Catalunha e da Alemanha de forma dominante, aumentando a vantagem de quatro para 34 pontos.
Alguns pensaram que Fabio seria intocável, sobretudo para Pecco Bagnaia, que tinha sofrido o seu quarto DNF do ano na Alemanha, caindo quando ocupava o segundo lugar. O italiano estava a 91 pontos e havia perspetivas de que Assen e Silverstone fossem pistas boas para Quartararo, uma vez que tinha vencido ambas as provas em 2021.
Mas um erro pouco comum do campeão do mundo reanimou tudo. Pecco já venceu três corridas em 2022, tal como Quartararo e Enea Bastianini (Gresini), mas os quatro DNFs prejudicam-no. Mas a verdade é que, quando Pecco esteve no pódio, foi sempre no primeiro lugar, o que faz pensar que, se o italiano conseguir encontrar consistência, pode dificultar a vida ao top-2 do campeonato. No ano passado, Bagnaia também conseguiu reduzir bastante a distância, embora Quartararo tenha acabado por ser campeão.
Quanto a Espargaró, ainda só tem uma vitória este ano, na Argentina, mas uma série de quatro terceiros lugares consecutivos mantém-no bem dentro da luta. E se Quartararo não o tivesse levado até à gravilha em Assen, a distância seria ainda menor. Mas Espargaró também pode pensar que, com base na recuperação que fez, do 15.º até ao quarto lugar, pode chegar a qualquer circuito e ser um dos mais rápidos, se não o mais rápido.
E na Aprilia, Maverick Viñales também está a subir de forma, tendo conseguido o seu primeiro pódio com a nova equipa. O Top Gun pode vir a ser uma preciosa ajuda para Espargaró nas próximas provas, sendo que Quartararo não tem Franco Morbidelli junto a si, com o italiano a rodar mais em baixo no pelotão durante as corridas.
O nome de Johann Zarco não está a ser mencionado por muita gente na luta pelo título, apesar de estar à frente de Pecco na tabela. O francês vinha de uma boa série de resultados, com três pódios em seis corridas, mas foi apenas 13.º classificado em Assen e ainda não venceu uma corrida este ano. Ainda assim, Zarco não deve ser totalmente desconsiderado.
Por fim, há que falar de outro piloto que já venceu três vezes este ano: Enea Bastianini. Tem sido um ano de altos e baixos para o italiano, com o seu melhor resultado a ser um oitavo lugar, dentro das corridas que não ganhou. Bastianini pode ser considerado candidato ao título, mas também vai precisar de alguma consistência se quiser aproximar-se de Quartararo e Espargaró.