MotoGP, Casey Stoner: “Saí da Honda porque eles só ouviam o Márquez”

Por a 11 Fevereiro 2024 14:54

Stoner afirma que a “principal razão” pela qual deixou a Honda foi porque eles apenas ouviam o feedback de desenvolvimento de Marc Márquez .

Depois de dar o primeiro título mundial à Ducati, Casey Stoner alcançou o seu segundo ceptro mundial na categoria em 2011, logo no seu ano de estreia na Repsol Honda. No ano seguinte (2012),  o australiano anunciou que deixaria as pistas no final da temporada, notícia que deixou Shuhei Nakamoto desgosto. Dias depois, o vice-presidente do HRC confirmaria que a equipa tinha oferecido ao piloto o maior salário da história, uma oferta superior a 15 milhões de dólares. “Se o Casey tivesse aceitado a nossa proposta recorde, facilmente seria o funcionário mais bem pago da história da Honda”, completando o dirigente japonês que se tratava de um “valor superior ao que pagamos a qualquer um dos nossos pilotos na F1, incluindo Jenson Button.” Completou.

Nesse mesmo ano de 2012, a Honda contratou Marc Márquez para substituir o australiano.  Assim, Stoner e Márquez estiveram muito perto de serem colegas de equipa no MotoGP em 2013, não fosse o surpreendente abandono das pistas do australiano, com apenas 27 anos de idade.

Questionado pela Gazzetta dello Sport se a Honda ouvia mais os conselhos de Márquez do que os de Pedrosa ou Jorge Martin, Stoner respondeu: “Esta foi a principal razão pela qual eu deixei a Honda. Chegamos a um ponto em que a equipa do Marc começava a se afastar das minhas indicações. Tentei avisá-los, dizendo-lhes que se continuassem a seguir apenas a evolução do Marc, ele seria o único capaz de andar naquela moto e os acidentes teriam sido frequentes. E estava certo, como mostraram os resultados de 2015, mas eles não quiseram me ouvir e, em vez disso, decidiram me afastar.”

Márquez, claro, venceu o campeonato de MotoGP no seu ano de estreia, e foi desde então que passou a usufruir de um salário acima de qualquer outro piloto de motociclismo, e de uma máquina ‘feita por medida’, que apenas serviu a si próprio para somar seis títulos no MotoGP.

Esse capítulo da história da Honda no MotoGP terminou no passado dia 31 de dezembro de 2023, com a transferência do espanhol para a Gresini Ducati – aceitando finalmente ficar em pé de igualdade com outros pilotos, na moto e no salário. A questão é: Como se sairá o piloto de Cervera desse novo desafio?

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Ricardo Ferreira
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