MotoGP, Campeões: Fabio Quartararo, o lutador

Por a 21 Fevereiro 2023 22:32

O francês pegou na moto de Rossi e foi campeão em 2021. Talento precoce, chegou ao mundial com fama predestinada, mas lutou nas categorias menores antes de explodir na categoria rainha.

Nos primeiros 18 anos de MotoGP houve apenas 5 campeões mundiais, 3 diferentes nas últimas 3 temporadas. Um deles é Fabio Quartararo: em 2021 coroou o sonho que perseguia há tanto tempo, ainda que no ano passado tenha perdido o bis pela incrível reviravolta de Pecco Bagnaia.

Promessa predestinada

Fabio Quartararo chegou ao mundial em 2015, estreando-se graças a uma isenção que lhe permitiu entrar nos Grandes Prémios antes de completar 16 anos. O currículo assim o exigia, o jovem francês foi o vencedor por dois anos consecutivos do CEV, o campeonato espanhol de velocidade com validade de “campeonato mundial júnior”. Na Moto3, porém, as coisas não lhe correm muito bem. Quartararo consegue um sensacional segundo lugar na sua segunda corrida do ano, mas depois segue com altos e baixos, e no final do ano troca a Honda pela KTM. Mas é mais uma temporada está para esquecer e mais mais uma vez El Diablo muda, saltando de categoria para a Moto2.

No entanto, o primeiro ano com a equipa Pons corre mal e é Luca Boscoscuro quem “salva” a sua carreira, levando-o para a Speed ​​Up quando todos já perderam o interesse por um talento considerado superestimado. Na equipa italiana, Fabio vence e convence, e no final do ano aproveita a oportunidade da sua vida.

2019 – O despontar com a Petronas

Para 2019 a marca de Iwata tem de escalar uma nova equipa, já que Hervé Poncharal muda para a KTM. A Petronas coloca o dinheiro e um piloto, Franco Morbidelli, mas falta o segundo e Razlan Razali decide focar no jovem francês , que tem basicamente apenas 20 anos e vale a pena apostar. A temporada que Quartararo faz é um sonho: pole position na quarta corrida (serão 6 no final do ano), 7 pódios e muitas finalizações à frente das duas Yamaha oficiais de Valentino Rossi e Maverick Vinales. Mas para 2020 as equipas já estão formadas e Fábio deve ficar na Petronas.

O início de 2020 é um sonho: 2 vitórias nas 2 primeiras corridas e um campeonato que já parece seguro. Não será assim, porém, com a zombaria amarga de um final de temporada para esquecer. O francês entra numa espiral de maus resultados e de uma sensação de perda com a sua M1. Joan Mir aproveitou e deu a volta por cima, para então conquistar o título em Valência para a Suzuki.

2021 – O primeiro título mundial

O ano de 2021 começa com a transição para a equipa de fábrica e a consciência de ter de crescer ao nível da estabilidade mental. Fábio não decepciona: com 5 pole position consecutivas mostra a todos a sua velocidade, com 4 vitórias na primeira metade da temporada consolida a liderança na classificação. Os adversários demoram a recuperar o atraso e apesar das conhecidas limitações de motor da M1, Fábio consegue fechar o campeonato já em Misano, a duas corridas do final da época consagra-se campeão do mundo.

2022 – Encurralado na Yamaha

2022 é uma notícia recente, e talvez no inverno El Diablo se tenha arrependido de ter assinado a renovação de dois anos com a Yamaha muito cedo. Mas não é que houvesse muitas alternativas: a Honda não tem uma moto competitiva no momento, a Ducati provavelmente não gostaria de pagar por um contrato tão oneroso, a KTM está atrasada no desenvolvimento. Fábio tem que confiar nas promessas dos japoneses, que há anos trabalham num motor melhor, mas continuam a lutar por isso. E se não houver um passo decisivo em termos de desempenho, o mundial conquistado por Fábio corre o risco de continuar sendo um caso mais único do que raro.

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Ricardo Ferreira
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