MotoGP: O calculismo de Marc Márquez
Grande parte dos adeptos do MotoGP esperavam que ontem Marc Márquez alcançasse no circuito de Sepang o seu quarto título mundial em cinco anos de classe rainha. Porém ainda não foi desta que o piloto da Honda cantou novamente vitória e engrandeceu a sua lenda.
Mesmo que não tenha fechado o título e que possa nem sequer vir a ser campeão em Valência, o que fica da atuação de Marc Márquez no GP da Malásia é o seu enorme pragmatismo, veia que surgiu o ano passado depois do desastre que foi a campanha de 2015. A viver um fim de semana difícil, Márquez sabia de antemão que o importante era não cometer erros na corrida e amealhar pontos, que nesta fase do ano estão tão caros. E foi precisamente isso que fez ao manter-se vivo numa prova – quarto classificado no final – realizada debaixo de condições meteorológicas muito traiçoeiras e propícias ao erro.
Isto é que define os grandes campeões como é Marc Márquez. Como disse um dia Miguel Praia em conversa com o MotoSport a chave para um título está em grande parte nos bons resultados obtidos naqueles dias em que as coisas parecem não estar a favor. Porque nos outros onde a maré está para o nosso lado muito dificilmente algo trava o sucesso.
E é precisamente nesta gestão que Marc Márquez aprendeu a ser exímio e por exemplo o seu rival na luta pelo título, Andrea Dovizioso esteve menos bem. Das três corridas realizadas nos últimos três fins de semana, o piloto da Ducati venceu duas, mas aquela onde não ganhou foi apenas 13º. Márquez por sua vez só venceu uma, mas nunca ficou abaixo de quarto. 58 pontos somados pelo espanhol contra 53 do italiano. Parece mentira, mas é verdade Marc Márquez ganhou cinco pontos neste confronto e tem agora 21 de vantagem quando estão em jogo 25.
No final do ano quando são feitas as contas são estes aspectos que ajudam a determinar o sucesso ou não de uma época que premeia quem foi mais regular. Sempre foi e sempre será assim.