MotoGP, Argentina: O Tango na chuva de Marco Bezzecchi

Por a 4 Abril 2023 10:46

O piloto de 24 anos de Rimini dominou a corrida molhada em Termas de Rio Hondo, enquanto o campeão do mundo Pecco Bagnaia jogou fora um excelente segundo lugar. A Yamaha encontrou o seu ponto forte em Morbidelli, a Aprilia afundou-se, a Repsol Honda não conseguiu alinhar nem uma moto na grelha.

Marco Bezzecchi dominou o Grande Prémio da Argentina e conquistou a sua primeira vitória na MotoGP. O italiano escapou na partida e nunca mais ninguém o apanhou. Apesar da queda de Bagnaia, a Ducati ainda conseguiu colocar três Desmosedici no pódio da Argentina.

Foi um fim de semana d’ouro para o piloto da Mooney VR46. Depois do terceiro lugar em Portimão, na Argentina ‘Bez’ conquistou o segundo lugar no Sprint e a vitória na prova longa. Além da satisfação de vencer o primeiro GP da carreira na categoria rainha, o italiano também lidera o campeonato com 50 pontos incríveis, mas verdadeiros. Fim-de-semana positivo também para Johann Zarco, segundo (mas quando é que vai ganhar a primeira vez?) ao fim de uma reviravolta imprudente, e para Alex Márquez: do quarteto que comanda o mundial, é o único que sempre marcou pontos. A sua constância é uma arma que compensa, e ele ainda está a conhecer a moto.

Por outro lado, há que reconhecer que foi um domingo mau para Pecco Bagnaia, que caiu quando já havia feito quase tudo para levar para casa um excelente segundo lugar. No molhado, porém, isso acontece, e o campeão mundial não precisa se desesperar: nem sempre há explicação. Fabio Quartararo também está mal, debateu-se no molhado e ainda não encontrou a chave para interpretar a sua Yamaha na perfeição. Desastre para a Honda, que já nem consegue arrancar: após a queda de sábado, Joan Mir foi declarado inapto e Alberto Puig viu-se com dois pilotos fora de ação. Afundou-se também a Aprilia com um domingo verdadeiramente para esquecer.

O ‘milagre’ Morbidelli

Franco Morbidelli foi o emblema da solidez. Quarto na grelha quarto no Sprint, quarto na corrida longa. Os tempos suaves foram mais do que discretos: a sua melhor volta de 1m45″949 pagou apenas 4 décimos de segundo à Ducati de Bezzecchi, objectivamente em estado de graça, e foi mais 4 décimos que o tempo de Quartararo. Morbidelli só sofreu a partir do meio da corrida, quando subiu para 47”, justamente quando Fábio começou a cair abaixo dessa marca, conseguindo juntar ultrapassagens e tempos decentes. A “ressurreição” de Franco encontra a sua resposta no estilo de pilotagem suave, que se adaptou bem às condições de chuva e ao traçado argentino, como confessou o piloto da Academia VR46 de Valentino Rossi. Tornar esses avanços como combustível para alimentar uma abordagem positiva para o resto da temporada será o desafio de Morbidelli, que todos queremos ver novamente nos níveis de 2020.

O MotoGP segue aproximadamente dentro de duas semanas com o Grande Prémio das Américas, em Austin, EUA (14 a 16 de abril), terceira prova do campeonato e onde esperamos que haja mais ‘combustível’ – leia-se pilotos – para alimentar o espetáculo.

CLASSIFICAÇÃO GP DA ARGENTINA: 1º Marco Bezzecchi (I), Ducati, 25 voltas em 44:28.518 min; 2º Johann Zarco (F), Ducati, +4.085 seg; 3º Alex Márquez (E), Ducati, +4.681; 4º Franco Morbidelli (I), Yamaha, +7.581; 5º Jorge Martin (E), Ducati, +9.746; 6º Jack Miller (AUS), KTM, +10.562; 7º Fabio Quartararo (F), Yamaha, +11.095; 8º Luca Marini (I), Ducati, +13.694; 9º Alex Rins (E), Honda, +14.327; 10º Fabio Di Giannantonio (I), Ducati, +18.515; 11º Augusto Fernández (E), KTM, +19.380; 12º Maverick Viñales (E), Aprilia, + 26.091; 13º Takaaki Nakagami (J) , Honda, +28.394; 14º Raúl Fernández (E), Aprilia, +29.894; 15º Aleix Espargaró (E), Aprilia, +36.183; 16º Pecco Bagnaia (I), Ducati, +47.753; 17º Brad Binder (ZA), KTM, +48.106.

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Ricardo Ferreira
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