MotoGP: A aposta certa da Tech 3

Por a 16 Maio 2017 09:10

Equipa que desde 2001 está inserida na classe rainha, a Tech 3, está a ser uma das formações mais consistentes neste arranque de temporada, não obstante tratar-se de uma equipa satélite da Yamaha e de ter nas suas fileiras dois pilotos estreantes na classe rainha.

Isto porque depois de três temporadas com a dupla Pol Espargaró e Bradley Smith, o chefe de equipa Hervé Poncharal puxou dos galões do seu ‘olho clínico’ para detetar novos talentos e recrutou para as suas fileiras Johann Zarco e Jonas Folger.

Zarco entrou em MotoGP depois de ter dominado os últimos dois anos do Mundial de Moto2, onde tornou-se no primeiro piloto a vencer por dois anos consecutivos este competitivo campeonato. E bem se pode dizer que o piloto gaulês surpreendeu tudo e todos no seu primeiro Grande Prémio em MotoGP  ao liderar com toda a classe e mestria as primeiras cinco voltas da corrida noturna de Losail. No entanto quando já tinha uma interessante vantagem para os mais diretos concorrentes sofreu uma queda que culminou no abandono. Para a história além das voltas que comandou ficou o facto de ter assinado a volta mais rápida da corrida.

Quando muitos pensavam que a exibição no GP do Qatar foi apenas um entusiasmo natural de um ‘rookie’ a verdade é que Johann Zarco nas três provas seguintes terminou sempre entre os cinco primeiros estando mesmo durante estas contendas envolvido em lutas com os consagrados Valentino Rossi ou Jorge Lorenzo. Grandes exibições que valem ao metódico piloto francês um sensacional sexto lugar no campeonato. Contudo como nada é perfeito o piloto de Cannes já demonstrou, que apesar da sua incontestável rapidez, terá de melhorar as suas pontas finais de corrida, onde costuma ceder em termos de ritmo em contraste com as primeiras voltas de cada Grande Prémio. Talvez o facto das provas de MotoGP serem mais longas do que as de Moto2 seja um aspecto ao qual o bicampeão do mundo de Moto2 ainda não se adaptou na plenitude.

Já o seu companheiro de equipa, Jonas Folger, não tem dado tanto nas vistas, mas a verdade é que pontuou nos quatro Grandes Prémios já realizados, algo que apenas Scott Redding e Héctor Barberá também conseguiram. Com ‘pezinhos de lã’ e sempre com a fria mentalidade alemã presente, Folger tem sempre rodado entre os primeiros e ainda não cometeu nenhum excesso neste seu arranque de aventura em MotoGP. O sexto lugar no GP da Argentina, em Termos de Río Hondo, é até ao momento o seu melhor resultado.

Não é mentir que a Yamaha M1 é a ‘moto mais fácil do atual plantel do MotoGP’, sendo fácil de pilotar e muito estável, mas independentemente dessa situação Jonas Folger e principalmente Johann Zarco já demonstraram que têm nível para estar a competir com os melhores pilotos do mundo e sonhar no futuro com voos mais altos.

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Alexandre Melo
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