MotoGP, Aleix Espargaró (1.º): “Pensei que o Maverick ia ganhar, mas tinha de suar”
Aleix Espargaró descreveu os segredos que estiveram por detrás da sua vitória hoje em Barcelona, falando também do gesto que teve com Viñales no final da corrida, em que os dois pilotos trocaram de moto para a volta de celebração.
“Foi fantástico. A corrida ontem foi algo fácil, senti-me bem na moto, hoje foi o contrário. Senti-me mal, não gostei de conduzir a moto com o vento a soprar, não pude aplicar o meu estilo de condução e o Maverick foi muito rápido, puxou-me até ao limite. Em qualquer outro circuito, terminaria em segundo, mas pensei que era cair ou ganhar. Arrisquei muito, havia muita tensão e quando vi os meus filhos no troféu a darem-me o troféu, vi a minha antiga vida a passar à frente dos meus olhos, foi inesquecível. Comecei muito mal e vi uma moto a chegar muito rápido do lado direito. Ouvi um som, decidi acelerar e fui para a parte verde para evitar a queda, evitei por um par de centímetros. À minha frente, o Pecco fez um highside e o Brad bateu-lhe, estava cheio de óleo por causa do motor do Brad, quase caí na curva 3, voltei à garagem e tive de trocar tudo. Acho que não deram tempo suficiente depois do primeiro arranque, havia lá uma ambulância e tinham de limpar a pista. Não comecei muito concentrado, foi difícil recomeçar, mas felizmente estão todos bem”, disse.
“Cometi um erro na curva 1, e, a tentar recuperar depois na curva 3, fiz um highside e perdi tempo. Depois do incidente, puxei muito durante duas voltas e não recuperei nada, pensei que tinha de aceitar que ele era mais rápido. Mas depois pensei que ele ia ganhar, mas tinha de suar. Puxei como se fosse uma qualificação e correu bem, o nível de risco que tomei foi alto. Era difícil travar a moto com o vento, éramos muito rápidos na curva 1. Ambos saímos largo, mas fiz bem a curva três vezes em 23 e o Maverick também. Reduzi um pouco o acelerador quando vi que ele estava fora da pista, mas são corridas e estávamos a lutar pela vitória. Lembrei-me da Áustria há três ou quatro anos quando o Maverick estava a sofrer e a chorar e disse-lhe no caminho de regresso que ele vinha para a Aprilia. Ele não tinha a certeza, porque estávamos muito longe, a Aprilia não era competitiva. Disse que íamos ganhar juntos. Muitas pessoas criticaram-me por trazer para a equipa um piloto muito forte, são corridas, tens de bater o teu colega de equipa. Mas eu disse que dois pilotos fortes a trabalharem juntos com os engenheiros podem chegar mais longe. Hoje fizemos 1-2 para a Aprilia, colocámos a Aprilia no topo do mundo e estou orgulhoso, acho que a Aprilia tem de estar orgulhosa dos pilotos que tem”, referiu.