MotoGP, 2022, Espanha: Estará a KTM a dar um passo atrás?
À entrada para a época de 2022, falava-se muito sobre o que poderia valer a KTM este ano. Depois de um 2021 bastante desapontante (e com mudança de liderança, saindo Mike Leitner e entrando Francesco Guidotti), havia a expetativa para ver se a equipa em que atua Miguel Oliveira teria ambições para lutar por algo mais do que em 2021. Chegados a este ponto, é justo dizer que as dúvidas persistem, com alguns altos e baixos.
Se olharmos apenas para Miguel Oliveira, os seus resultados em qualificação incluem um 14.º lugar no Qatar, sétimo posto na Indonésia, 16.º na Argentina, 20.º nos Estados Unidos, 11.º em Portugal e 21.º hoje no Grande Prémio de Espanha. Ou seja, apenas uma vez se conseguiu qualificar dentro do top-10 e os resultados são bastante irregulares. O próprio Brad Binder qualificou-se em sétimo no Qatar (depois de passar pela Q1), quarto na Indonésia, 12.º na Argentina, 17.º nos Estados Unidos, 12.º em Portugal e 15.º hoje. Resultados que igualmente não sugerem um crescimento continuado.
Quanto às corridas, os destaques vão para a vitória de Miguel Oliveira à chuva em Mandalika e para o segundo lugar de Binder no Qatar (logo nas duas primeiras provas da época), mas, a partir daí, a equipa tem oscilado, conseguindo por vezes resultados razoáveis, mas alcançando resultados bastante sofríveis em outras ocasiões (como foi o caso de Austin).
É verdade que, olhando para o campeonato de pilotos, Brad Binder surge em sétimo e Miguel Oliveira em oitavo, mas é crível que alguns pilotos subam de rendimento (Bagnaia, Miller e Marc Márquez, por exemplo) e aí importará perceber se a KTM consegue fazer o mesmo. Miguel Oliveira queixou-se hoje de um “problema técnico” que atrapalhou a sua qualificação, mas já o tinha feito numa prova anterior.
Vamos esperar pelo resultado da corrida de amanhã e também pelas próximas rondas, mas os constantes altos e baixos que a KTM tem proporcionado ao longo das provas já disputadas dão que pensar e levam-nos a refletir se a equipa está mesmo a dar um passo em frente.