MotoGP, 2021, Silverstone: Oliveira e os rivais…
As duas corridas na Áustria, que era suposto terreno de superioridade das KTM, foram e vieram, e a única KTM que se impôs foi a de Binder, por um acaso fortuito, ou ato de loucura, que acabou por compensar o risco tomado…
Miguel Oliveira chegou ao terreno de casa da sua marca e do seu patrocinador empatado com Quartararo como os pilotos que tinham marcado mais pontos nas provas imediatamente anteriores.
O sétimo lugar do campeonato mantinha-o apenas 10 pontos atrás de um Maverick Viñales que entretanto não pontuou nas duas provas seguintes, nem é natural que venha a pontuar enquanto estiver suspenso pela Yamaha.
Logo acima, um igualmente irregular Jack Miller que saiu das duas visitas a Spielberg com apenas cinco pontos, e até um Zarco que, deitando fora o seu segundo oposto no campeonato, marcou apenas 10.
Se provas fossem necessárias da importância da regularidade, bastaria mencionar que dos primeiros 4 no campeonato, apenas Quartararo já venceu este ano, ou de todo…
O problema é que, para Miguel Oliveira, e em completo contraste com o êxtase da sua primeira vitória em MotoGP do ano passado, este ano as duas visitas ao Red Bull Ring renderam zero pontos, e para esfregar sal na ferida, o piloto de Almada foi ultrapassado pelo seu próprio colega de equipa, que sacou do chapéu um verdadeiro passe de mágica, um desempenho extraordinário bordejando entre o brilhante e a loucura para vencer com slicks à chuva no Red Bull Ring.
Binder saltou dois lugares no campeonato enquanto Miguel ficou estático nos pontos e baixou um…
As provas que se avizinham podem ser potencialmente fortes para Oliveira, e com Viñales a continuar suspensos pela Yamaha e com a cabeça noutro lugar após o anúncio da sua contratação pela Aprilia, decerto a sétima posição está de novo ao alcance do português, talvez até sexto, dada a frequentemente manifestada irregularidade de Binder, que vai no invencível ao indiferente nos resultados num ápice…
O problema são os três homens da frente, Quartararo, Bagnaia, e Mir, o homem que se especializa em ganhar Campeonatos sem sequer vencer corridas!
O Francês da Yamaha Monster, pelo menos, jogou magistralmente, salvando mesmo assim novo pontos quando a prova não lhe correu de feição, para manter o fosso de 47 pontos, quase duas vitórias, no topo do campeonato.
Quanto a Bagnaia, uma vitória de estreia continua a parecer iminente e o jovem da Ducati encontra-se agora empatado em pontos com Joan Mir em 134.
Este, por sua vez, chega daqui a uma semana a uma pista onde a Suzuki venceu pela primeira vez com Alex Rins a bater Marc Márquez e que com o seu traçado de curvas de alta velocidade e pontos de paragem brusca relativamente restritos, pode ser a receita para vermos de novo um duelo Suzuki x Yamaha nas cartas… nunca descartando Marc Márquez, cada vez mais em forma. Certamente a sete provas do final e com 175 Pontos ainda em jogo, muito pode acontecer e é cedo para proclamar Fábio Quartararo campeão.
Sítios como Portimão e Valência, onde Miguel Oliveira é tradicionalmente muito forte, poderão dar uma última oportunidade ao português… mas, à semelhança dos seus vice-campeonatos de Moto3 e Moto2, será que não vai ser muito pouco, muito tarde?