MotoGP, 2021, Silverstone: “Magoa não ser competitivo”, diz Pol Espargaró
Pol Espargaró parece perdido na forma como pilotar a sua Honda e a frustração está a aumentar
Na primeira parte da temporada, o espanhol não fez qualquer progresso na tentativa de entender melhor a sua RC213V e até agora, não foi encontrada nenhuma configuração apropriada para que se sinta confortável na sua moto.
Já se adivinham fricções na relação entre o antigo piloto da KTM e o HRC que não são muito promissoras para o futuro…
Pol Espargaró esperava ter um bom começo na Áustria na sua primeira temporada de MotoGP com uma Honda. O espanhol, tal como o seu empregador, esperava muito desta última parte do ano, com uma RC213V desenvolvida durante as férias de Verão, permitindo-lhe ver perspetivas encorajadoras para o futuro…
Nesse sentido, os dois eventos na Áustria deveriam ter sido reveladores, mas as deceções repetiram-se e, após o Grande Prémio da Estíria e da Áustria, a situação agravou-se ainda mais.
A deterioração pode ser vista na avaliação feita por Alberto Puig, o chefe da Repsol: “O entendimento entre Pol Espargaró e a sua moto é um ponto negativo” diz Puig. “Ele está longe do seu potencial, e não está a tirar partido do potencial da moto. Está a sofrer e temos de trabalhar com ele para ultrapassar esta situação.”
O último evento no Red Bull Ring foi um golpe para Pol Espargaró, que esteve mesmo fora dos pontos durante várias voltas.
Devido ao clima caótico, o espanhol esteve entre os oito primeiros durante algum tempo quando alguns dos seus colegas trocaram de moto. Espargaró também decidiu trocar de moto na última volta e, mais uma vez, baixou para fora dos pontos. Tal como na semana anterior, terminou a corrida no 16º lugar, ou penúltimo.
Pol Espargaró descreveu a mudança tardia de moto como um “mal-entendido” com a sua equipa. Enquanto o companheiro de equipa Marc Márquez lutava pela vitória na frente, Espargaró andou às voltas na 16ª posição, num campo de apenas 20 pilotos.
“Foi a mesma coisa do costume”, lamentou o antigo Campeão do Mundo de Moto2. “Não tinha qualquer controlo sobre a roda traseira. Patinava nas retas. Não posso acelerar e travar a moto como estou habituado. Sou lento.”, lamentou o piloto de fábrica da Honda
“O meu estilo de montar é baseado na aderência da roda traseira e eu não tenho isso. É complicado porque tenho de aprender tudo do zero”, explicou Espargaró, que é atualmente apenas 15º no campeonato. Os seus melhores resultados são apenas um oitavo na abertura da época no Qatar e à chuva em Le Mans.
“Não tenho ideia de como resolver estes problemas”, admite o mais novo Espargaró. “Tentámos muitos cenários diferentes desde o Qatar. Não sei mais o que dizer ou fazer. No ano passado, fiz a pole aqui e lutei pela vitória em ambas as corridas. Dói muito”.
“Todos estão a trabalhar ao máximo, mas as corridas simplesmente passam. Não estamos a obter bons resultados e a minha frustração está a crescer. Não posso montar da maneira que quero. A Honda está a tentar e não estamos a desistir, mas a situação é difícil”, conclui o antigo piloto da KTM que está agora ansioso pelo regresso à pista para o Grande Prémio Britânico em Silverstone, no final de Agosto.